As
vaias que recepcionaram o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT),
em evento dos catadores de material reciclável, ao lado da presidente
Dilma Rousseff (PT), são um termômetro da relação conturbada que a
administração petista estabeleceu com os movimentos sociais nesse
primeiro ano de gestão na capital paulista. Aguardada como uma retomada
do canal de comunicação com a administração municipal, a eleição de
Haddad agora é vista pelos movimentos sociais como uma continuidade da
gestão de Gilberto Kassab (PSD).
No início do mandato, Haddad fez alguns movimentos que demonstraram abertura de diálogo. Chegou a criar novos espaços de participação da sociedade civil, como o Conselho da Cidade, e reforçou a expectativa de que sua gestão escutaria mais os movimentos antes de tomar decisões. Mas não foi o que aconteceu, segundo as entidades.
No início do mandato, Haddad fez alguns movimentos que demonstraram abertura de diálogo. Chegou a criar novos espaços de participação da sociedade civil, como o Conselho da Cidade, e reforçou a expectativa de que sua gestão escutaria mais os movimentos antes de tomar decisões. Mas não foi o que aconteceu, segundo as entidades.
“Os
movimentos sociais começaram a cobrar mais do governo, e o governo se
sentiu numa situação complicada, e passou a não dialogar tanto e a se
contrapor mais. Isso dá um descrédito para o governo, o movimento social
pensa ‘do que adianta negociar com o governo outras vezes, se o próprio
governo não efetiva o que assinou’?”, diz o vereador de oposição
Toninho Véspoli (PSOL).
No dia 17 de dezembro, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil para apurar a falta de diálogo da prefeitura em uma ação contra a ocupação do Movimento dos Sem-Teto do Sacomã (MSTS), no prédio do antigo Cine Marrocos, no centro da cidade. Os membros do grupo reclamam de uma ação truculenta da Polícia Civil, que prendeu o integrante do movimento que fazia portaria no prédio e cortaram a água e a energia elétrica, sem aviso prévio.
No dia 17 de dezembro, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil para apurar a falta de diálogo da prefeitura em uma ação contra a ocupação do Movimento dos Sem-Teto do Sacomã (MSTS), no prédio do antigo Cine Marrocos, no centro da cidade. Os membros do grupo reclamam de uma ação truculenta da Polícia Civil, que prendeu o integrante do movimento que fazia portaria no prédio e cortaram a água e a energia elétrica, sem aviso prévio.
Robson
Nascimento Santos, presidente do MSTS, conta que procurou a prefeitura e
o secretário municipal de Relações Governamentais, João Antônio, mas
não foi recebido. Em protesto, ele levou parte das 350 famílias que
ocupavam o prédio para um acampamento no viaduto do Chá, em frente à
prefeitura. “Nós estamos conhecendo a cobra que colocamos no poder”,
ataca Robson Santos.
O fim da lua de mel dos movimentos de moradia com Haddad terminou quando, em abril, um nome do PP, do ex-prefeito Paulo Maluf, foi nomeado para comandar a Secretaria de Habitação.
O fim da lua de mel dos movimentos de moradia com Haddad terminou quando, em abril, um nome do PP, do ex-prefeito Paulo Maluf, foi nomeado para comandar a Secretaria de Habitação.