sábado, 28 de dezembro de 2013

DIVERSAS MANEIRAS DE COMEMORAR O ANO NOVO.



Fogos na orla e por toda cidade celebram o final de ano, famílias unidas ceiam juntas, champanhe, muita cerveja, flores no mar, promessas, roupas brancas, eventos católicos, evangélicos, afros, e diversas outras entidades com suas oferendas, são realizados para recepcionarem o Ano Novo. Pule da cama com o pé direito, coma bastante, suba escadas, acenda as luzes, aumente o som, grite bem alto Feliz Ano Novo!. São muitos os rituais para a passagem de ano. Mas por que a gente repete esses gestos todos os anos? E, mais ainda, eles de fato servem para alguma coisa? Estudiosos acham que sim, os rituais são importantes e têm sua função. Eles carregam o poder simbólico de abrir e fechar os ciclos e esse poder é enorme. A cada ciclo que termina as pessoas sentem necessidade de fazer um balanço de pontos positivos e negativos, dizem estudiosos. Mas por que todo mundo precisa fazer o balanço ao mesmo tempo, numa data convencionada? A passagem do tempo e os ciclos da Natureza impressionaram mesmo nossos mais antigos ancestrais. E os rituais de passagem têm servido desde sempre para pontuar esse ritmo repetitivo que os homens observavam em tudo à sua volta. Os rituais de passagem de ano respondem às necessidades básicas dos antepassados, e podem gerar bem estar. A marcação do tempo existe desde os primórdios da humanidade porque dá aos homens uma sensação de controle sobre o próprio destino. Acrescenta-se também outro ingrediente fundamental para o bem estar psíquico do ser humano: a necessidade de esperança. O ano novo traz consigo a possibilidade de reorganizar a vida, consertar erros, fazer coisas diferentes, essa promessa do ‘novo’ é fundamental para o bem-estar e para a saúde mental. Os rituais servem justamente para expressar essa tentativa de controlar o destino e dar corpo e voz à esperança. “Não basta dizer que acabou um ano e começa outro, é preciso marcar, dar uma forma concreta a essa convicção. Em geral, os rituais ligados à água são muito fortes” Um exemplo são as oferendas para Iemanjá que povoam a costa brasileira na noite de Ano Novo. São feitos por pessoas de todos os credos, porque a simbologia da água está ligada a renovação, à Grande-Mãe, portanto ao amor e à felicidade. Em francês, a palavra ‘réveillon’ remete a vigília, ao ato de estar acordado. Se você vai receber o novo, tem que estar acordado para recebê-lo quando chegar. Assim como precisa estar acordado para se livrar' do ano-velho. É a chance de fazer um desejo, um voto. E para ajudar a espantar o mal e atrair o bem, fogos de artifício! O barulho tradicionalmente espanta os maus espíritos e os fogos colorindo o céu passam a ideia de comunicação com os deuses. As velas acesas pela casa também guardam esse sentido de ligação com o transcendental, são tradicionais veículos de elevação espiritual. O que se come também é extremamente importante: as comidas que atrai boa-sorte no Ano Novo representam fartura e prosperidade. O elemento simbólico que aparece sempre forma associações na nossa mente. Não comer aves que ciscam para trás é uma analogia que remete à ideia de não regredir na vida. Outro clássico é a romã, associada há séculos à fertilidade e à prosperidade, provavelmente em função das centenas de sementes rubras que compõe a polpa da fruta. No fundo, o importante é o desejo de atrair bons votos para o ano que está chegando. As adaptações são inúmeras, mas todas as culturas celebram essa passagem de um ano para outro, de um ciclo para outro e todas inventam suas formas próprias de desejar a todos um bom novo. (Por  Valterlino Pimentel)