sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PARA AUMENTAR ARRECADAÇÃO PREFEITOS AMEAÇAM NÃO VOTAR EM DEPUTADOS E SENADORES NO PRÓXIMO ANO


Com a presença de nove dos dez prefeitos que integram o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sertão do São Francisco (CONSTESF) aconteceu na manhã desta sexta-feira (25) no Salão de Convenções do Grande Hotel de Juazeiro uma coletiva para explicar a adesão à paralisação de atividades administrativas proposta pela União dos Municípios da Bahia (UPB), dentro do Movimento SOS Municípios.
Participaram do ato os prefeitos de Juazeiro Isaac Carvalho, Sobradinho, presidente do Constesf, Luiz Vicente; Pilão Arcado, João Ubiratan; Remanso, Celso Souza; Curaçá Carlinhos Brandão; Uauá, Olímpio Cardoso Filho; Sento-Sé, Ednaldo Barros; Canudos, Genaro  Rabelo e de Casa Nova, Wilson Cota. A única ausência foi da prefeita de Campo Alegre de Lourdes, Delaneide Borges. que justificou por conta de agenda definida anteriormente.
A totalidade dos gestores alegou dificuldades para garantir a governabilidade dada a redução dos repasses pela União, especialmente o FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
A paralisação foi uma decisão tomada em reunião com a diretoria da União dos Municípios da Bahia (UPB) e presidentes de consórcios intermunicipais promovida pela UPB, no dia 09 de outubro, com a autorização da maioria dos prefeitos. Na reunião ficou estabelecido que os prefeitos baianos fechariam as portas das prefeituras nesta sexta para mostrar a população a situação de crise dos municípios.
"Com o aumento do salário mínimo, do piso salarial dos professores e a queda nas receitas municipais as prefeituras não têm como manter em dia a folha de pagamento. Os recursos diminuem e as despesas crescem", argumentou o prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho.
"O Governo Federal cria programas, mas quem mantém são as prefeituras. Não se trata de nenhuma manifestação contra o governo federal ou do Estado, mas a favor dos municípios, afinal as pessoas residem nas cidades e as demandas estão nos municípios", explicou Luiz Vicente de Sobradinho.
Os discursos mais contundentes foram proferidos pelos prefeitos de Uauá, Olímpio Cardoso Filho e de Casa Nova, Wilson Cota. Em tom de ameaça o Chefe do Executivo de Uauá se manifestou. "O deputado ou Senador que ficar contra os municípios não terá o nosso apoio, essa é a resposta que devemos dar para quem não nos apoiar", defendeu.
O prefeito de Casa Nova foi mais além. "Eu já esqueci essa história de votar em Senador, afinal eles derrubaram o projeto que iria favorecer os municípios da região por conta da seca. Eu particularmente não votarei em Senador no próximo ano", declarou.
Unidos, os prefeitos estão reivindicando um aumento de 2% nos repasses da União. Segundo os manifestantes a União fica com 70% do arrecadado, os estados com 22%, enquanto os municípios recebem apenas 8%. "Estou no terceiro mandato de prefeito de Sento-Sé e seu eu soubesse que este ano seria dessa forma, com a redução da receita, por certo não teria me candidatado à reeleição", enfatizou Ednaldo Barros de Sento-Sé.
A paralisação está acontecendo nos municípios da Bahia, Pernambuco e Sergipe.