A acusação por parte do Ministério Público da Bahia, que acolheu o
relatório da Polícia Federal sobre a Operação Detalhes e apresentou
denúncia contra o deputado estadual Roberto Carlos (PDT), pela prática
dos crimes de peculato, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha, levanta outra discussão para a política juazeirense.
Roberto é uma grande liderança política no município, estando cotado
para a próxima eleição municipal, que pode estar cada vez mais próxima
com a possível cassação do prefeito Isaac Carvalho (PC do B).
Com a retomada desse escândalo a situação de Roberto Carlos se
complica. Na verdade, complicação para os possíveis candidatos é o que
não falta. Joseph Bandeira, ainda não definiu sua situação partidária;
Pedro Alcântara Filho (PR), presidente da Câmara, está meio ‘enrolado’
com recentes denuncias de contratos irregulares na Casa Legislativa; o
segundo colocado na eleição passada, Márcio Jandir (PV), é sabido que só
teve a quantidade de votos por conta da aliança com Joseph, o que não
deve se repetir.
Diante desse quadro, Roberto tinha forte chance de sucesso em uma
possível candidatura a prefeito, mas a Operação Detalhes acaba com essa
possibilidade. Além de perder a confiança de seus eleitores, que estão
horrorizados com seu envolvimento nesses crimes, deverá ter seus
direitos políticos cassados.
Um grande grupo de oposição ao governo Isaac Carvalho estava sendo
formado em torno da ideia de fazer de Roberto Carlos o novo prefeito de
Juazeiro, com a cassação de Isaac. Joseph Bandeira e seu grupo de
dissidentes do PT , membros do PTC, dissidentes do governo Isaac, bem
como os dissidentes dos grupos políticos de Jorge Khoury e Misael,
alimentavam essa ideia.
Também na situação, comenta-se, que alguns nomes estão sendo cotados
para o cargo de Prefeito, entre eles Fernando Dantas do PC do B e Flávio
Luiz. Mas devido a morosidade da Justiça baiana tudo leva crer que
Isaac irá concluir seu mandato, sem nenhum arranhão. A exemplo do que
aconteceu com o ex-prefeito Jorge Lobo (PRTB) de Uauá, que concluiu seus
dois mandatos, mesmo com diploma cassado. (Fonte: (Jornal Ação Popular)