sábado, 29 de junho de 2013

“O prefeito quer as contas aprovadas hoje”: frase de ordem nos corredores da Câmara de Juazeiro, nessa quarta, palavras do presidente da câmara Pedro Alcântara Filho



PRESIDENTE  DA  CÂMARA  MUNICIPAL  DE  JUAZEIRO,  PEDRO  ALCÂNTARA  FILHO
Quando na manhã dessa quarta-feira(26), a Câmara de Vereadores de Juazeiro vivia mais uma sessão ordinária ( a última deste semestre) sob o olhar da costumeira plateia e dos jornalistas que costumam fazer a cobertura, nenhum sinal havia de que as contas do ExecutivoMmunicipal relativas ao ano de 2011 – rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios- seriam votadas no plenário. E, de fato, não foram – na sessão ordinária.

No entanto, assim que o público saiu, que os jornalistas se foram, as articulações que já vinham acontecendo nos bastidores tomaram forma , e o presidente da Câmara, vereador Pedro Alcântara Filho(PR) tratou de juntar os pares governistas para pôr em prática a manobra.

A ordem, nos bastidores era: “o prefeito quer as contas aprovadas hoje”. Chamando ao seu gabinete todos os vereadores, trataram de convocar uma sessão extraordinária para logo mais, imediatamente, para colocar em pauta as contas do prefeito Isaac carvalho (PCdoB) , ano 2011, cujo parecer enviado pelo TCM indicava rejeição – era a 3ª conta rejeitada pelo Tribunal entre as 3 avaliadas até agora.

E assim se fez.

Longe de qualquer olhar público que pudesse ao menos tentar avaliar o que ocorria, 20 dos 21 vereadores aceitaram a convocação urgente, extraordinária e juntaram-se , para encenar o óbvio.

Como as contas estavam na Casa há uma semana, sequer se ouviu falar no parecer da Comissão responsável. Tudo feito às ocultas da população e da imprensa.

Dos 21 vereadores, 20 estiveram no Plenário, atendendo à emergência do prefeito Isaac carvalho, via o presidente da Casa, vereador Pedro Filho.

O vereador José Carlos Medeiros(PV) não aceitou a convocação e enviou ao presidente da Casa, um ofício, no qual expressou a discordância da convocação urgente e da pauta – a votação das contas do prefeito.

“Num momento como este, em que o país sai ás ruas para clamar por ética e transformações na política, Juazeiro perde a oportunidade de agir com o mínimo de coerência. Não aceito que o Legislativo se curve e se deixe manobrar. Cada um que responda pelos seus atos”, explicou Medeiros, sobre o ofício enviado ao presidente Pedro Filho.

Final da sessão montada para a aprovação das contas do Executivo: 17 votos a favor 3 contra. Atendida a frase de ordem do dia, restou aos vereadores de Juazeiro colocar na pauta, a título de cortina de fumaça, um aditivo sobre a educação e a saúde do município – que poderia ter entrado na pauta da manhã (última sessão ordinária da Câmara), mas fazia parte do jogo empurrá-la para a cenografia da tarde-relâmpago de  quarta-feira