Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da
República em São Paulo, negou nesta quinta-feira (29) que tenha cometido
os crimes apontados pela Polícia Federal (PF) na Operação Porto Seguro e
disse, por meio de nota, que "nunca fez nada ilegal, imoral ou
irregular que tenha favorecido o ex-ministro José Dirceu ou o
ex-presidente Lula". Ela foi indiciada como peça chave do esquema
investigado pela ação da PF na última sexta-feira (23), após ser
flagrada em grampos. As interceptações telefônicas mostram que Rosemary
usava a sua influência no governo federal para conseguir vantagens
pessoais e para terceiros. Dois de seus apadrinhados em agências
reguladoras, os irmãos Rubens e Paulo Vieira, foram presos na semana
passada pela PF por fazerem lobby em órgãos da administração federal
para grandes empresas. A ex-chefe de gabinete também usou o e-mail
oficial do governo para cobrar dinheiro da quadrilha acusada pela
Polícia Federal de vender pareceres em órgãos federais. Afastada após o
escândalo, Rosemary ocupava o cargo no governo desde 2003. Entre 2007 e
2010, ela viajou com o então presidente Lula para 23 países, em virtude
de pelo menos 30 eventos.