Identificado
como um possível contato da relação de Rosemary Noronha, apontada pela
Polícia Federal (PF) como peça chave no esquema de fraudes em pareceres
técnicos de órgãos públicos, reveladas pela Operação Porto Seguro, o
ex-senador César Borges (PR), atual vice-presidente de Governo do Banco
do Brasil, negou envolvimentos com a ex-servidora do Planalto.
A Polícia teria identificado que a funcionária pode ter intercedido
por uma reunião entre o ex-senador e os irmãos Vieira – o presidente da
Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, e Marcelo
Vieira, ambos presos na ação e indiciados como líderes da quadrilha.
Eles são suspeitos de implicação no esquema por terem pedido a
empresários “favores” sugeridos por Rosemary – que teria exigido
vantagens financeiras em troca de ajudar o esquema dentro do governo.
A Operação ainda está dando o que falar em todo o meio político. Nos
bastidores, as investigações já teriam movimentado a conjuntura política
para indicação da vaga ao Supremo Tribunal Federal.
Há quem diga que pode ter caído o conceito de Adams no governo, que
no órgão é braço direito do investigado José Weber Holanda Alves, o que
pode abalar uma possível ida do jurista baiano Paulo Modesto, também
promotor do Ministério Público e professor da UFBA para a vaga do STF.
Em nota enviada a imprensa ontem, o ex-senador César Borges disse
desconhecer a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São
Paulo e qualquer intermédio dela para que ele se reunisse com os irmãos
Vieira, que ele também nega conhecer.
“Nunca recebi solicitação da Sra. Rosemary Nóvoa de Noronha para
qualquer finalidade, não conheço essa Senhora, nem o Sr. Paulo Vieira.
Pelo visto, fizeram uso indevido do meu nome para tentar demonstrar
prestígio, expediente esse que reprovo”, defendeu-se. Com informações do
Tribuna da Bahia.