sábado, 18 de agosto de 2012

Roberto Carlos diz desconhecer os desdobramentos da 'Operação Detalhes' você acredita?




O deputado estadual Roberto Carlos (PDT), corregedor da Assembleia Legislativa (AL-BA) – indiciado pela Polícia Federal por formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, ao lado de oito funcionários que seriam “fantasmas” em seu gabinete –, está despreocupado com a conclusão do inquérito policial.

Contatado pelo Bahia Notícias, o parlamentar, cujo afastamento da função pública foi requerido pela PF ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), disse desconhecer os desdobramentos da Operação Detalhes. “Quem está falando sobre isso é o doutor João Daniel [Jacobina, seu advogado de defesa]. Eu não estou nem por dentro. Estou no interior fazendo campanha para o povo”, despistou o pedetista.

O seu defensor, ao contrário, esclareceu que a defesa aguardará o Ministério Público Federal (MPF) se manifestar sobre o caso. “Na verdade, nesse momento a Polícia Federal encerra o inquérito policial e o MP é quem decide. O relator do TRF encaminha ao MP, que é quem vai dizer se haverá ou não ação penal. A acusação formal não existe ainda”, explicou Jacobina, em entrevista ao BN.

A apuração das supostas irregularidades foi originada em 2008, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) emitir um relatório para a PF de Juazeiro, base eleitoral do parlamentar. Segundo o Coaf, que observou indícios de incorreções nas movimentações de pessoas ligadas ao parlamentar, as transações de familiares do pedetista, como mulher e filho, não condiziam com os seus ganhos reais.

Em 2010, houve a abertura do inquérito, que culminou na quebra dos sigilos bancário e fiscal dos nove envolvidos. O procedimento identificou que alguns servidores recebiam o salário – que variava de R$ 3 mil a R$ 8 mil – e repassavam parte ou até mesmo todo o dinheiro para os parentes de Roberto Carlos. Para tentar evitar suspeitas, os valores eram transferidos indiretamente para contas de terceiros. Jacobina argumenta que a PF não teria competência para apurar o suposto desvio de dinheiro. (BN)