O plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio concedeu nesta madrugada o habeas corpus do comandante do 7º Batalhão da PM de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. O tenentre-coronel Djalma Beltrami estava preso desde segunda sob suspeita de receber propina.
De acordo com o TJ, a ordem de libertação do Beltrami já foi cumprida durante a madrugada.
Segundo investigações da Polícia Civil, o tenente-coronel recebia através de equipes do GAT (Grupo de Ações Táticas) propina de criminosos para não reprimir o tráfico de drogas. Ele e outros 12 PMs teriam recebido R$ 160 mil por mês do tráfico.
Ontem, dois ex-comandantes da Polícia Militar prestaram solidariedade ao tenente-coronel. Os coronéis reformados Ubiratan Angelo e Mario Sérgio Duarte se encontram com Beltrami no quartel-general da PM, onde ele estava preso. O presidente da associação dos oficiais da PM, Fernando Belo, também participou do encontro.
Beltrami assumiu o comando do 7º Batalhão após a saída do tenente-coronel Cláudio Oliveira, acusado há cerca de dois meses de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli.
O comandante também estava entre as equipe acionadas após o massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), em abril deste ano, quando um rapaz entrou na unidade e atirou contra diversas crianças e depois se matou. Doze pessoas morreram na ocasião.Além da carreira na PM, Beltrami também exerceu a profissão de árbitro durante 20 anos. Conhecido nos gramados como "juiz linha dura", ele se despediu do cargo no primeiro semestre deste ano na decisão do Troféu Carlos Alberto Torres entre Madureira e Boavista.
Juiz da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro desde 1989 e da CBF desde 1995, o tenente-coronel Beltrami também participou da retomada do Complexo do Alemão em novembro do ano passado.