sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Gêmeas nascem ligadas pelo coração em SE

Karinny e Kamille Vitória estão na UTI da maternidade
Karinny e Kamille Vitória estão na UTI da maternidade
Os médicos da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, estão às voltas com um caso raro na medicina, que só existe a cada 100 mil gestações no mundo: o nascimento das gêmeas siamesas Karinny e Kamille Vitória, pesando 4,435 kg, com um só coração para as duas. O cardiologista Marcos Pavoni observa que a chance de sobrevivência é de 10%. Mas os pais, a dona de casa  Aline Ferreira e o desempregado Cris Magno da Silva, moradores de Amparo do São Francisco, a 116 quilômetros de Aracaju, mantêm a esperança.

As garotas estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e respiram sem a ajuda de aparelhos, mas demonstram sinais de cansaço. De acordo com o médico Marcos Pavoni, o coração está ligado pelo ventrículo e pelo átrio, o que é muito complexo.

As gêmeas nasceram no dia 22 de dezembro, mas só nesta quinta (29) os pais concordaram em dar publicidade ao caso. Diante da complexidade, o médico Marcos Pavoni entrou em contato com o cardiologista Marcelo Jateni, do Instituto do Coração (Incor), de São Paulo. Pavoni vai enviar exames de ressonância magnética para uma avaliação mais cuidadosa e somente aí é que decidirá ou não pela cirurgia. Marcos Pavoni ainda não sabe se as siamesas partilham os mesmos órgãos, como fígado, por exemplo.

Uma cirurgia para separá-las, se ocorrer, deve acontecer dentro de três meses e será feita no Incor, pois em Sergipe não há hospitais preparados uma operação de tamanho porte. A mãe das crianças soube que teria gêmeas siamesas no sexto mês de gravidez. Na ocasião, lhe foi sugerido o aborto, mas ela preferiu seguir com a gestação. Karinni e Kamille são as primeiras filhas de Aline – o marido tem outros dois filhos, fruto de um relacionamento anterior.

Ambos estão confiantes de que as meninas vão contrariar as estatísticas. “Quando soube que eram gêmeas fui tomada por ansiedade e surpresa. Eu não via a hora delas nascerem para que eu pudesse conhecer os rostinhos das minhas filhas”, disse Aline Ferreira.