Foto: Roberto Jayme / Ascom / TSE
Em meio à discussão se o presidente Michel Temer (MDB) pode ou
não ser investigado por crimes cometidos antes do atual mandato, o
ministro Gilmar Mendes disse que há argumentos suficientes para os dois
lados. Mas, para ele "faz sentido que não seja sequer investigado, para
não ter perturbação e dar uma imunidade ao presidente em relação a fatos
anteriores". A afirmação foi feita ao Blog da Andréia Sadi após a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedir ao Supremo Tribunal
Federal (STF) para incluir Temer no inquérito que investiga o repasse
ilegal de R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB. O montante teria sido
acertado durante um jantar, em 2014. Mendes explicou que há uma decisão
no STF, do ministro Celso de Mello, no sentido que permitiria a
investigação contra o presidente, mas não o processo. "Acho que seria
essa a lógica do sistema. Mas tem argumento contra também: as provas
podem ficar prejudicadas, pessoas podem morrer, testemunhas. Tem
argumento para os dois lados", salientou o magistrado. De acordo com a
publicação, na noite dessa terça (27), Mendes se encontrou com Temer e
com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, no Palácio do
Jaburu. A reunião foi para tratar de "assuntos gerais", segundo Gilmar.