Pezão e Cabral também receberam nas eleições para o governo do Estado do Rio.
Pedro Paulo, Pezão e Eduardo
Paes, representantes da cúpula do PMDB fluminense, aparecem na delação
do marqueteiro Renato Pereira
Do Jornal do Brasil
O
ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) recebeu R$ 11,4 milhões via
caixa dois durante a campanha eleitoral de 2012. A informação consta da
delação premiada que o marqueteiro Renato Pereira, da Prole Serviços de
Propaganda, firmou com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e poderá
ser homologada a qualquer momento pelo ministro Ricardo Lewandowski, do
Supremo Tribunal Federal (STF), segundo reportagem do jornal O Globo
deste domingo (5).
Ainda
segundo o delator, que terá que pagar uma multa de R$ 1 milhão a R$ 2
milhões pelos crimes confessados, Eduardo Paes, prefeito e então
candidato à reeleição, avisou que o publicitário será procurado por
Leandro Azevedo, à época executivo da Odebrecht, para que recebesse, em
2012, R$ 1,2 milhão.
Oficialmente,
a campanha de Paes foi orçada em R$ 8,6 milhões, em valores declarados,
mas o custo real com serviços de marketing chegou a R$ 20 milhões. O
custo real foi definido em reunião com Paes, e com o então coordenador
da campanha, deputado Pedro Paulo (PMDB). Os pagamentos a Renato
Pereira, segundo a delação do publicitário, eram feitos a ele por
Guilherme Schleder, que integrava a Casa Civil da prefeitura.
De
acordo com a reportagem, o esquema voltou a se repetir em 2015, quando
Pedro Paulo foi candidato à sucessão de Paes. Uma das fontes de
pagamento era Fernando Duba, assessor do candidato, e Bernardo Fellows,
então sub-chefe de gabinete de Paes. Outras duas fontes identificadas
pelo delator são o ex-secretário estadual de Saúde no governo de Sérgio
Cabral, Sérgio Côrtes, preso na Operação Lava Jato, e as empresas de
Jacob Barata, conhecido como "Rei do Ônibus".
"Rei do Ônibus" bancou maior parte da campanha de Pezão
Renato
Pereira esteve envolvido na pré-campanha do governador Luiz Fernando
Pezão (PMDB) e contou aos investigadores que os valores iniciais, R$ 5
milhões, foram bancados em sua quase totalidade por Jacob Barata, em
reunião com a presença de Cabral e do ex-secretário Wilson Carlos. De
acordo com a delação, os valores reais da campanha de Pezão em 2014
chegaram a R$ 40 milhões, enquanto o declarado foi de R$ 21,8 milhões.
Já a campanha de 2010 de Sérgio Cabral ao Governo do Estado teve custo
real de R$ 12 milhões e o declarado ao Tribunal Regional Eleitoral foi
de pouco mais da metade desse valor, R$ 6,3 milhões.