Do FolhaPE
Após um ano de investigação, a Polícia Federal deflagrou, na manhã de
hoje, a Operação Pulso, com o objetivo de reprimir a atuação de uma
organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar
recursos públicos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia
(Hemobras). Para tentar se "desfazer" do dinheiro que guardava no
apartamento, um dos investigados pela PF, no Recife, acabou jogando
milhares de cédulas pela janela de um dos prédios das Torres Gêmeas, na
área Central.
Apesar do dinheiro ter sido arremessado pela janela, ele acabou não
se espalhando, já que foi jogado em maços. Durante a operação, que é
realizada em cinco estados, a PF também percebeu que inúmeras amostras
de sangue coletadas não foram transformadas em medicamentos contra a
hemofilia e outras doenças. Elas deixaram de ser fabricadas por terem
sido armazenadas de forma inadequada, tornando inapropriadas para a
produção dos medicamentos.
Além de Pernambuco, estão sendo cumpridos mandados nos estados da
Paraíba, Piauí, Minas Gerais e São Paulo. Ao todo, são cumpridos 28
mandados de busca e apreensão, além de 29 oitavas mediante intimações e
dois mandados de prisão temporária, expedidos contra empresários com
atuação na empresa pública, inclusive, um lobista com atuação em
Pernambuco, Piauí e exterior. Ainda na operação, foi autorizado o
afastamento de três integrantes da Hemobras, sendo dois membros da
diretoria.
No total, foram mobilizados 170 policiais. Os delitos investigações
são peculato, corrupção passiva e ativa, Lei de Licitações, evasão de
divisas, lavagem de dinheiro, organização criminosa. As penas variam de
um a 12 anos de prisão.