Em evento promovido, hoje, pelo ITV (Instituto Teotônio Vilela),
braço de formulação política do PSDB, o ex-presidente tucano Fernando
Henrique Cardoso criticou a falta de uma agenda que tire o país do atual
cenário de crise. Sem citar nominalmente a presidente Dilma Rousseff
(PT), o ex-presidente tucano disse: "Se o chefe do Executivo não se
empenha, as coisas não andam, se não há agenda, as coisas não
funcionam." E, virando-se para o presidente nacional do PSDB, senador
Aécio Neves (MG), que estava sentado ao seu lado na mesa principal do
evento, disse: "Quem tem que resolver tudo isso é o Aécio", numa
referência à sucessão da presidente Dilma Rousseff.
O evento, cujo tema são os caminhos para o Brasil na área da
sustentabilidade e do meio ambiente, contou com a participação do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também vem se colocando
como virtual candidato tucano à sucessão presidencial. Por questões de
agenda, Alckmin participou rapidamente da abertura do seminário e deixou
o local antes do afago feito por Fernando Henrique a Aécio Neves. Tanto
Aécio quanto Alckmin vêm trabalhando intensamente nos bastidores da
legenda para se colocarem como alternativa à gestão petista no âmbito
federal. No momento, Aécio detém a maior parcela de apoio nos diretórios
da legenda em todo o país, mas Alckmin costura a adesão de outras
legendas, como o PSB de seu vice-governador Márcio França.
Em sua explanação, FHC disse que os problemas políticos do Brasil
hoje são muito maiores do que os da economia. "Não sou tão pessimista
assim, temos uma base econômica e tecnológica que permite vislumbrar um
futuro maior. A condução política é que é o problema, muito maior do que
a economia."
Também presente ao evento, o ex-secretário Municipal de Meio do Meio
Ambiente de São Paulo e candidato do Partido Verde derrotado nas
eleições de 2014, Eduardo Jorge, falou sobre a tragédia ocorrida em
Marina, Minas Gerais. "É um caso gravíssimo, que ocorre num momento em
que o Brasil está sem governo em Brasília", criticou. A exemplo de
Aécio, ele disse que as empresas devem ser responsabilizadas pelo
desastre e que, se houvesse governo no Brasil, as pessoas e o meio
ambiente seriam tratados adequadamente.