O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, expuseram, durante as reuniões do G-20, na
capital da Turquia, que continua o ajuste macroeconômico do Brasil, com
efeitos nítidos em três frentes: monetário, externo e fiscal. Porém, há
um descasamento temporal entre a aferição de custos e benefícios do
ajuste, o que tem gerado "um pessimismo exagerado", que surgiu da
extrapolação para o futuro dos custos presentes das mudanças, sem levar
em consideração os fatores positivos que serão mantidos no longo
prazo. Eles destacaram que a forte desvalorização do câmbio elevou a
competitividade das exportações do Brasil. Neste ano, as vendas de
produtos para o exterior, descontadas as importações, dará a primeira
contribuição positiva para o PIB desde 2005. O fluxo de recursos
prossegue em ritmo intenso e o déficit de transações correntes cairá
mais de 20% neste ano ante 2014. Quanto à política monetária, apesar do
intenso reajuste de preços relativos, as ações nessa área do governo
foram capazes de ancorar as expectativas de inflação entre 2017 e 2019,
considerados como médio e longo prazos. Embora a inflação esperada para
este ano seja alta, nos primeiros meses de 2016 o IPCA deverá exibir
acentuada queda, no acumulado de 12 meses. Esse movimento, junto com o
desempenho mais benigno da inflação, tende a ajudar na ancoragem de
expectativas para dezembro de 2016. Para os ministros brasileiros, a
política fiscal já produziu resultados na diminuição das despesas
públicas e o governo continuará perseguindo o superávit primário de 0,7%
do PIB em 2016. Essa é uma discussão que tende a se tornar mais
profunda agora, com a tramitação no Congresso do Orçamento de 2016.