Neste domingo, apenas 72 horas depois de afirmar que será “difícil”
para Dilma Rousseff “resistir três anos e meio com esse índice baixo” de
popularidade, Michel Temer encontrará a presidente da República no
Palácio da Alvorada. Ele foi chamado a opinar sobre a estratégia a ser
adotada pelo governo para fechar o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento
da União de 2016.
Além de Dilma e Temer, participam do encontro, ministros econômicos e
palacianos, entre eles Aloizio Mercadante (Casa Civil), um
quase-desafeto de Temer. O governo precisa definir cortes de despesas e
encontrar novas fontes de receita. Dilma deseja combinar as duas
providências —tesouradas e mais impostos— para tentar ressuscitar o
superávit primário de 0,7% do PIB que o ministro Joaquim Levy (Fazenda)
anunciara para 2016.
As declarações polêmicas de Temer, feitas em encontro com empresários
na noite de ontem, adicionaram à reunião o condimento da saia-justa em
que se encontram o vice e sua versa, um cada vez mais desconfiado do
outro.