A afirmação do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não terá condições de comandar a Câmara dos
Deputados caso vire réu no processo da Lava Jato causou insatisfação
nesta sexta-feira (28) e desgastou a relação entre tucanos e
peemedebistas.
Deputados
dessas duas legendas, que dão sustentação política a Cunha, disseram
ter sido pegos de surpresa com a declaração de Aécio, dada em entrevista
ao jornalista Kennedy Alencar, do programa "SBT Brasil".
O próprio Cunha, que está em viagem a Nova York,
manifestou grande descontentamento a tucanos mais próximos, entre eles o
líder da bancada tucana na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Ele recebeu
desses deputados a garantia de que Aécio iria a público amenizar o tom
da declaração.
A
assessoria do presidente do PSDB chegou a anunciar uma entrevistas
coletiva de Aécio para a tarde desta sexta-feira, ocasião em que ele
falaria da recessão da economia e de "outros assuntos", mas a fala foi
cancelada.
Ao
"SBT Brasil", Aécio afirmou que com eventual decisão do Supremo
Tribunal Federal de aceitar a denúncia do Ministério Público contra
Cunha "fica muito difícil a permanência" do deputado na presidência da
Câmara.
"A
aceitação da denúncia por parte do Supremo [Tribunal Federal] tira as
condições, acredito eu, mínimas de condução da Câmara dos Deputados."