Durante o discurso em que rompeu oficialmente com o governo da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira (17),
o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acusou o Palácio do Planalto de
“interferir” no poder Legislativo. Apesar de dizer que as relações
institucionais com o nível federal vai continuar a existir, o presidente
da Câmara dos Deputados apontou que há "um bando de aloprados no
Palácio”, que não o “engolem” à frente do Congresso. “O governo nunca me
quis e não me quer como presidente da Câmara. O governo não me engole,
tem um ódio contra mim. Tem um bando de aloprados no Planalto que vive
desse tipo de circunstância, de criar constrangimento", alfinetou.
"Saiba que o presidente da Câmara agora é oposição ao governo”, resumiu. Sobre
o posicionamento do PMDB, ele frisou: "Se o partido decidir que tem que
sair [do governo Dilma], acho que tem que entregar os ministérios".
Cunha disse ainda que não respeita o conteúdo das delações premiadas,
que é inocente das acusações de que teria pedido pessoalmente por
propina da Petrobras e que entrará com uma reclamação no Supremo
Tribunal Federal (STF) para que o processo da Lava Jato vá para
Brasília.