A
decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de romper com
o governo federal não teve o respaldo do PMDB, seu partido, nem de
siglas da oposição. Líderes oposicionistas classificaram nesta sexta
(17) como "muito grave" o anúncio feito pelo peemedebista, especialmente
se novas denúncias surgirem contra o parlamentar.
A
oposição teme que sua decisão crie uma crise institucional, levando a
um agravamento da crise política e econômica pela qual passa o país.
Eles veem o movimento com cautela e defendem as investigações contra o
presidente, sem que Cunha seja poupado por declarar guerra à presidente
Dilma Rousseff, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. Até o
momento, apenas o Solidariedade declarou apoio a Cunha publicamente.
No
PMDB, a ordem é deixar Cunha isolado para evitar que os ataques do
presidente da Câmara tenham efeitos sobre a aliança da sigla com o
Planalto. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também
investigado na Lava Jato, cancelou entrevista para fazer um balanço do
semestre e manteve-se em silêncio sobre os ataques de Cunha. (Da Folha de S.Paulo)