Foi sepultado às 12h neste sábado, 20, o corpo de Gilberto Ribeiro
Arruda, de 74 anos, principal médium do Lar de Frei Luiz, maior centro
espírita do Rio, em Jacarepaguá, na zona oeste. Vestidos de branco,
amigos, familiares e frequentadores da instituição religiosa
acompanharam o velório desde as 9h no Lar de Frei Luiz, onde o corpo foi
sepultado ao lado de outros médiuns da instituição. O ator Carlos
Vereza estava entre os que prestaram suas homenagens ao médium. O médium
foi encontrado morto na casa onde morava, no terreno do centro
espírita, por volta das 8h de sexta-feira, 19, por Marli, sua esposa,
que dormia em um quarto separado. O corpo estava com as mãos amarradas,
mordaça na boca e marcas de tortura e espancamento. Arruda era médium
desde os 6 anos e trabalhava no Lar de Frei Luiz havia mais de 60 anos.
Cerca de 400 cirurgias espirituais eram realizadas por mês por Arruda,
incluindo o tratamento de casos graves, como cânceres, males cardíacos e
paralisias. A apresentadora Xuxa, o tenista Gustavo Kuerten, a cantora
Elba Ramalho e o ator Carlos Vereza foram operados por Arruda. Os
frequentadores do Lar de Frei Luiz acreditavam que ele incorporava o
espírito do suposto médico alemão Frederich Von Stein, que teria
trabalhado no socorro a feridos na 2ª Guerra Mundial. Foi no Lar de Frei
Luiz que foi psicografada a suposta carta da cantora Cássia Eller,
que circulou na última semana nas redes sociais. Segundo informações da
Delegacia de Homicídios da Capital (DH), as investigações estão em
andamento para apurar as circunstâncias da morte do médium. Testemunhas
estão sendo ouvidas e policiais realizam diligências em busca de dados
que ajudem a identificar a autoria do crime. Imagens das câmeras de
segurança do Lar de Frei Luiz também já foram entregues à polícia. De
acordo com o presidente do centro espírita, Wilson Pinto, não há
anotações de entrada de pessoas estranhas na instituição antes da morte
de Arruda. Pinto também declarou não acreditar que o crime tenha sido
motivado por atritos envolvendo seguidores de outras religiões. Em abril
de 2011, Arruda fez um registro de ameaça na Delegacia de Taquara, na
zona oeste do Rio. Em depoimento à polícia, o médium afirmara que após o
fim de um relacionamento, a mulher teria comparecido ao centro espírita
xingando-o e fazendo ameaças contra ele. Na ocasião, os envolvidos no
caso foram ouvidos e o procedimento encaminhado ao Juizado Especial
Criminial (Jecrim), segundo informações da Polícia Civil do Rio.