Da Folha de S.Paulo – Daniela Lima
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), inicia nesta semana a
segunda fase de uma operação cujo objetivo é firmar seu nome como
pré-candidato à próxima eleição presidencial, em 2018.
Há
uma semana, o diretório paulista do PSDB lançou Alckmin para
presidente, causando desconforto em alas alinhadas com o senador Aécio
Neves (MG), que desponta ao lado do governador como opção da sigla para
2018. Parlamentares
próximos ao senador mineiro, que perdeu para a presidente Dilma
Rousseff a eleição de 2014, dizem que a ofensiva precoce de Alckmin pode
tirar o foco do que hoje deveria ser o principal objetivo do partido: o
desgaste do governo e do PT.
Há
dois meses, o governador passou a cumprir agenda política intensa. O
vice de Alckmin, Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, trabalha
para costurar o apoio da sigla a uma futura candidatura. "Não descarto
que, se ficar sem espaço no PSDB, ele mude de legenda", diz um dirigente
do PSB.
Aécio
tem tratado o assunto com cautela. Aos aliados diz que não vai cair na
"armadilha" de um embate precoce com Alckmin. No fim deste mês, o
senador planeja uma série de viagens pelo país, começando por Manaus, a
pretexto de agradecer os votos que recebeu em 2014.
TERCEIRO ELEMENTO
Surgiu
ainda no PSDB um terceiro elemento, o senador José Serra (SP), que
aposta na produção de agenda própria no Congresso e alianças inesperadas
para se diferenciar dos dois nomes que hoje dominam os debates no PSDB.
Serra
perdeu espaço na cúpula partidária desde 2010, quando suas pretensões
presidenciais foram derrotadas pelo PT pela segunda vez. Questionado
outro dia por um aliado se ainda tinha ambições nacionais, Serra disse
que políticos que perdem a ansiedade deveriam deixar a política. Em
seguida, acrescentou: "Não vou dizer que não sou candidato. Seria
ridículo".