A
última semana em Brasília mostrou mais uma vez como é sensível a
relação entre a presidente Dilma Rousseff e as várias alas do PMDB,
principal sócio do PT no governo federal. Na busca de uma solução para o
mais novo impasse político, com vista às eleições de outubro, Dilma
aproveitará uma viagem a São Paulo, na próxima segunda-feira, para se
aconselhar com seu mentor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Até
lá, a presidente vem tratando da mudança de cadeiras nos ministérios
com outros partidos. É esperado que nas próximas semanas Dilma receba
representantes de legendas que ainda não compõem a base aliada, mas que
ganharão espaço em troca de apoio na corrida presidencial.
A
primeira etapa da reforma foi feita com ministros filiados ao PT:
saíram Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha para disputar eleições
estaduais. Com a indicação de Lula, Arthur Chioro foi nomeado ministro
da Saúde. Para a Casa Civil, Dilma ofereceu mais poder a Aloizio
Mercadante, até então ministro da Saúde. Na Educação, quem comanda a
pasta é José Henrique Paim, que era secretário-executivo. “Foi uma
solução caseira”, nas palavras de um interlocutor da Presidência.
A
propósito, Mercadante já mudou o perfil da Casa Civil, agora mais
política, e tem sido consultado pela presidente nas discussões sobre a
reforma ministerial, ao lado do chefe de gabinete de Dilma, Giles
Azevedo. Fontes ligadas à presidente minimizam a guerra entre os
partidos e veem normalidade na disputa por mais espaço na Esplanada. “É
uma relação tensa, mas é normal de cada um querer ter mais espaço”,
afirmou outro auxiliar da presidente.
É
dado como quase certo no Palácio do Planalto que o atual presidente do
Incra, Carlos Guedes, filiado ao PT, seja escolhido para substituir o
correligionário Pepe Vargas no Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Para a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Dilma
ainda insiste em um empresário que faça interlocução com o setor
produtivo.(Portal Terra)