Depois de alguns meses em silêncio o vereador Alex Tanuri (PSDB)
resolveu falar a imprensa na tarde desta terça-feira (26), após a sessão
ordinária da Câmara Municipal, para explicar a sua posição
politicamente na Casa Aprígio Duarte Filho e porque não assinou o
documento que acabou por inviabilizar a criação do Bloco de Oposição na
Casa.
"Esse documento foi assinado, creio eu, sem pensar. Fui procurado pelo
vereador Zé Carlos Medeiros e eu disse que não ia assinar porque é um
momento de reflexão. Sou do PSDB, um partido democrático e quando a
gente é democrático, a gente aceita a vitória e a derrota nas urnas.
Quando a gente silencia é porque respeita o voto popular. A população
votou contra a minha posição nos quatro primeiros anos de mandato, e
então, eu diria que estou em momento de reflexão", justificou Tanuri.
Sobre as especulações na cidade de que já estaria apoiando o governo
Isaac, inclusive, indicando cargos na máquina pública municipal, Alex
negou peremptoriamente. "Eu não apoio governo por cargo, eu não apoio
ninguém por cargos, a história esta ai para dizer. Nós apoiamos aqueles
que querem o bem de Juazeiro e até o momento eu não tenho conversação
com ninguém. Existem as especulações no mundo da política ainda mais em
Juazeiro".
A respeito da visita recente dos deputados Jutahy Magalhães (Federal) e
Adolfo Neto (Estadual) que declaram que o PSDB é oposição ao governo
municipal e quem não seguisse a orientação deveria deixar a legenda,
Alex minimizou. "Eu não fui procurado por nenhum dos deputados, pessoas
as quais tenho grande admiração e com quem já conversei no passado sobre
política e acho que estou sendo interpretado de maneira errada. As
pessoas que vem à Juazeiro vem impor coisas sem conversar com nós
vereadores, que fomos eleitos pelo povo e a gente não entende, é por
isso que eu estou num momento de reflexão, porque a gente não pode fazer
oposição, por fazer oposição. A prova é o momento político que Juazeiro
está vivendo onde os grupos estão cada vez mais personalistas".
Alex colocou também como especulação o fato de ter perdido a liderança
da oposição e não ter aceitado a indicação de Medeiros para exercer esta
função. "Eu sou democrático, acho que o líder da oposição tem que ser
votado pelos seus membros, não poder imposto e quando houve a reunião
para discutir o assunto eu disse que estava num momento de reflexão e
que só assinaria depois de conversar com todos os partidos que integram a
base de oposição que na verdade em Juazeiro não existe. O que há na
verdade é um projeto personalista de pessoas que vem de Salvador querer
impor e na maioria das vezes não tem coragem de botar a cara na
imprensa como a gente fez ao longo de quatro anos", provocou.
O ex-líder da oposição concluiu respondendo a uma pergunta do Blog se
foi um equívoco a postura de bater veementemente no atual prefeito na
legislatura passada? "Não digo propriamente um equívoco. O povo de
Juazeiro não aceitou o meu posicionamento. O povo reelegeu o prefeito
Isaac Carvalho, então eu tenho que silenciar, avaliar e respeitar a
vontade popular. Estou conversando com as minhas lideranças, os meus
amigos e posso até conversar com o governo, mas isso não significa que
eu estou com o governo ou sou contra o governo. Admito que a gente tem
que rever a forma de fazer oposição na Câmara, como em Juazeiro. Porque
Juazeiro é muito maior que o prefeito e os vereadores, como é maior que a
própria oposição. Por isso eu tenho que rever minha postura para o
próprio bem do povo de Juazeiro". (Fonte Geraldo José)