A prestação de contas da campanha do prefeito eleito de São Paulo,
Fernando Haddad (PT), foi rejeitada pela Justiça Eleitoral paulista. Na
decisão, o juiz da 6ª Zona Eleitoral, Paulo Furtado de Oliveira Filho,
afirmou que as irregularidades encontradas na prestação de contas do
candidato “são graves”, inconsistentes e impedem “a verificação da
origem dos recursos arrecadados para quitação de todas as despesas
assumidas pelo candidato”. O magistrado aponta falha na contratação da
empresa AJM de Azevedo Eletrônicos-EPP pelo valor de R$ 4,6 milhões. A
organização não emitiu notas fiscais eletrônicas e teria ainda fornecido
carros de som e material publicitário em volume acima de sua capacidade
de estocagem, segundo a Justiça. O juiz considerou irregulares também
os gastos do candidato com a Polis Propaganda & Marketing Ltda, no
valor de R$ 30 milhões. Segundo Oliveira Filho, a empresa recebeu, ao
longo da campanha, 30% do valor contratado e, na véspera do segundo
turno, emitiu 21 notas fiscais sequenciais no valor de R$ 1 milhão cada.
A prestação de contas do diretório municipal do PT relativa às eleições
municipais deste ano também foi desaprovada pelo mesmo juiz. De acordo
com Oliveira Filho, o PT deixou de declarar R$ 132 mil que foram doados
pela empresa Jofege Pavimentação e Construção Ltda e o valor da despesa
com o serviço contratado pela empresa Caso Sistema de Segurança. Com
isso, o juiz suspendeu o repasse de recursos do Fundo Partidário ao
diretório municipal do partido por um período de quatro meses. Tanto o
diretório municipal paulistano quanto o candidato podem recorrer da
decisão.