Josias de Souza
Dono
de um currículo penal invejável, Renan Calheiros, estrela de 16
inquéritos e réu numa ação penal, sentiu-se à vontade para fazer troça
na internet com Michel Temer, primeiro presidente da história a arrostar
duas denúnciais por fatos vinculados à corrupção.
Renan
achou “engraçado” um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal pela
doutora Raquel Dodge. Nele, a procuradora-geral da República sustenta
que há 51 milhões de motivos para manter Geddel Vieira Lima atrás das
grades.
A
certa altura, Dodge anota que Geddel parece ter assumido posição de
líder de organização criminosa constituída para assaltar o erário. E
Renan: “Nunca soube que Geddel era o chefe. Para mim, o chefe dele era
outro.”
Considerando-se
que Temer, Renan e Geddel integram diferentes facções da mesma falange
partidária, a plateia fica com a incômoda sensação de que sucede nos
porões do PMDB algo muito parecido com o que ocorre na favela da
Rocinha: uma disputa pelo controle do território.