O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 59, diz que "colaborações
em curso" podem ajudar nas investigações contra o presidente Michel
Temer por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.
Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.
A PGR negocia, segundo a Folha apurou, as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato.
Janot
diz que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o que
um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para fechar
um acordo, ele respondeu: "O cara está neste nível aqui [faz um sinal
com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima
[mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para
baixo, não me interessa".
O procurador-geral recebeu a Folha em
sua casa no sábado (5), em Brasília, para uma entrevista. Indicou que
prepara nova denúncia contra Temer, revelou que pedirá a anulação de uma
delação e afirmou que a saída para o país não é "considerar bandido
como político".
Janot,
cujo mandato na PGR termina em 17 de setembro, contou que pretende
tirar férias acumuladas até abril e projeta se aposentar no meio do ano
que vem.
Folha - Os bambus acabaram? Ainda restam flechas?
Rodrigo Janot - Restam flechas. A gente não faz uma investigação querendo prazo e pessoas. As investigações vão ficando maduras até que se possa chegar ao final. E várias estão bem no finalzinho. Eu diria que tem flecha.
Rodrigo Janot - Restam flechas. A gente não faz uma investigação querendo prazo e pessoas. As investigações vão ficando maduras até que se possa chegar ao final. E várias estão bem no finalzinho. Eu diria que tem flecha.
Quais são?
A surpresa você vai deixar para mim, né?
A surpresa você vai deixar para mim, né?
Não foi um pouco de soberba ter falado em flecha (em um evento recente)?
Isso é brincadeira que a gente faz internamente desde a época do Cláudio Fonteles [2003-2005]. A gente dizia que temos que trabalhar, e a expressão dizia isso, enquanto houver bambu, lá vai flecha. Não é soberba nenhuma.
Isso é brincadeira que a gente faz internamente desde a época do Cláudio Fonteles [2003-2005]. A gente dizia que temos que trabalhar, e a expressão dizia isso, enquanto houver bambu, lá vai flecha. Não é soberba nenhuma.
A Câmara barrou a denúncia por corrupção contra Temer. É frustrante ver o trabalho ser enterrado?
Leia entrevista completa aí: Novas delações podem atingir inquéritos sobre Temer, diz Janot