O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
disse nesta terça-feira (1º) que não vai alterar o rito da votação da
denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, como
pedem partidos da oposição. A jornalistas no Congresso, o parlamentar
fluminense afirmou que, como não houve acordo entre base e oposição na
reunião em que o rito foi discutido, ele terá de seguir o regimento. "Na
última reunião que tivemos antes do recesso, foi tentado construir um
acordo e líderes da base queriam o cumprimento do regimento. Se não há
acordo e uma das partes pede respeito ao regimento, tenho que respeitar o
regimento. Sem acordo, a votação pode ser nula. Então tudo que vamos
fazer amanhã será respeitando o regimento", disse o parlamentar
fluminense. Como mostrou mais cedo o Estadão/Broadcast, a oposição
questiona o rito da votação. A principal reclamação dos opositores é que
Maia permitiu que a sessão de debates comece com 52 dos 513 deputados
em plenário e que essa fase pode ser interrompida após apenas quatro
discursos - dois contra e dois a favor do relatório - , bastando que um
requerimento de encerramento da discussão seja aprovado. O grupo de
oposicionistas se reunirá, novamente, à noite para fazer uma nova
avaliação no cenário, mas já definiu que não dará quórum durante o dia
para forçar que a votação aconteça à noite, quando um maior número de
cidadãos está em casa e poderá assistir à sessão. O presidente da Câmara
ressaltou que tentou construir acordo fora do regimento com a oposição
antes do recesso. Na avaliação dele, se a oposição tivesse aceitado
votar a matéria na sexta-feira, 14 de julho, um acordo para dar mais
tempo de debate sobre o parecer no plenário poderia ter sido firmado.
"Agora a base também não quer acordo que, em tese, garante mais tempo de
debate da oposição", disse. "O regimento e a Constituição são
instrumentos do meu trabalho. Disse desde o início: sou de um partido da
base, aliado ao presidente Michel Temer, mas sou presidente da Câmara.
Vou respeitar o regimento da Casa e a Constituição, isso que vou fazer
amanhã", afirmou Maia em entrevista nesta terça. Ele disse ter "muita
esperança" de que a votação será concluída nesta quarta-feira (2).