O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu chamar os
ex-presidentes franceses Nicolas Sarkozy e François Hollande para
testemunhar em sua defesa no processo sobre suposto tráfico de
influência na compra de aviões de caça Gripen, da Suécia. A lista de
testemunhas será ampliada de 32 para 80, após decisão favorável do juiz
federal Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.
O processo envolve também o filho de Lula, Luis Claudio Lula da Silva.
Entre as novas testemunhas convocadas estão 12 cidadãos que vivem na
Suécia, 11 senadores, quatro deputados federais, três atuais ministros
de Estado (Aloysio Nunes Ferreira, Blairo Maggin e Dyogo de Oliveira) e o
técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo. De acordo com a Folha, a lista
de testemunhas ainda inclui pessoas que vivem no Ceará, Goiás,
Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul e Paraíba. Com a ampliação do número de testemunhas, a
expectativa é que o processo se arraste por meses além do previsto. As
testemunhas que vivem no exterior deverão ser ouvidas por carta
rogatória, que passa pelo Ministério das Relações Exteriores em longo
processo burocrático. Por resolução judicial, é a parte requerente que
arcará com os custos do envio. Na decisão que favoreceu Lula e
contrariou a do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, o juiz Néviton
Guedes disse que "não poderia restringir a defesa dos pacientes aos
indevidamente designados contextos fáticos por ela eleitos, na medida em
que a acusação teria imputado aos pacientes outros graves fatos
criminosos que demandam ampla dilação probatória"