Sem votos para garantir uma vitória do Governo na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base aliada formalizou, ontem,
antes da leitura do relatório favorável ao pedido de investigação do
presidente Temer, mudanças na composição do colegiado. O vice-líder da
bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), já aparece oficialmente como membro
titular da comissão no lugar de José Fogaça (PMDB-RS), que virou
suplente.
Membro da "tropa de choque" do governo, Marun abriu a temporada de
trocas na comissão quando foi colocado na suplência no lugar de Valtenir
Pereira (MT), que trocou o PMDB pelo PSB. O PTB também tirou da vaga de
titular Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), notório opositor do Governo.
Faria de Sá foi para suplência no lugar de Giovani Cherini (PR-RS) e
para a vaga de titular do PTB foi formalizado Nelson Marquezelli
(PTB-SP).
Na bancada do PSD também há perspectiva de mudanças na representação
na CCJ. Evandro Roman (PSD-PR) deve substituir Expedito Netto (PSD-RO)
como titular. Só o Solidariedade fez quatro trocas nos últimos dias.
Primeiro saiu Major Olímpio (SD-SP), que votaria contra o governo, e
entrou o líder da bancada, Áureo (SD-RJ), na vaga do titular. Olímpio
foi para a suplência. Na sequência, Áureo deixou a vaga de titular e
indicou Laércio Oliveira (SD-SE), reconhecido governista, para votar
como titular.
Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a
indicação de Wladimir Costa (SD-PA). Costa ficou conhecido na Casa por
ser defensor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de
Ética, mas no dia da votação da cassação no colegiado, mudou de posição
diante da pressão da opinião pública.
O esforço dos partidos da base aliada é garantir que governistas
tenham prioridade de voto na apreciação do relatório do deputado Sérgio
Zveiter (PMDB-RJ), favorável à investigação. Os governistas atuam para
reverter o cenário ruim e avisam que podem fazer mais substituições.
Líderes partidários e ministros se reuniram com o presidente Michel
Temer para traçar estratégias que acelerem a votação na Câmara. Na CCJ, o
esforço é não só para garantir o quórum da sessão de ontem como votar o
parecer até quinta-feira, 13. O objetivo é liquidar o assunto no
plenário da Câmara antes do recesso, que começa na terça-feira, 18.