Foto: Lula Marques/AGPT
Senadores da base do governo acusaram a oposição de desrespeito
ao ocupar a Mesa Diretora do plenário do Senado, impedindo a votação do
projeto que trata da reforma trabalhista. Desde o início da sessão,
senadoras como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Fátima
Bezerra (PT-RN) ocupam as cadeiras reservadas ao presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os demais integrantes da direção do
Senado. "Isso é uma forma desrespeitosa de tratar o Senado, mas cada um é
responsável pelos seus atos", afirmou o líder do governo na Casa,
Romero Jucá (PMDB-RR). Seu parecer sobre a reforma, aprovado na Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada, seria apreciado
nesta terça-feira (11) no plenário. Após ser impedido de ocupar sua
cadeira, Eunício deixou o plenário declarando que a sessão para votação
da reforma trabalhista será retomada "quando a ditadura deixar".
Inicialmente, ele proibiu o acesso da imprensa e de assessores
parlamentares ao plenário e determinou que as luzes fossem apagadas e o
som dos microfones cortados. Pouco depois, a imprensa pôde voltar ao
plenário, que continuou no escuro. "Isso não é protesto. Isso é
avacalhação. Será votado hoje, de uma forma ou de outra será votado",
afirmou Cássio Cunha Lima (PSDB-CE). A possibilidade é que a sessão seja
transferida para outro local do Congresso, como o plenário da Câmara ou
um auditório em um dos anexos da Casa. "No momento em que um grupo de
senadoras, mulheres, impedem funcionamento do Congresso considero que
estão praticando ato muito grave contra a instituição", disse o líder do
PSDB, senador Paulo Bauer (SC). "O Senado tem de debater uma reforma
dessa magnitude, que envolve todos os trabalhadores. É no mínimo querer
fazer as coisas às escuras. Que se reabra o debate", defendeu o senador
Telmário Mota (PTB-RO).