O ex-presidente Lula começará uma série de viagens pelo Nordeste no
dia 18 de agosto, para fortalecer sua pré-candidatura à Presidência e
defender-se, no palanque, da condenação em primeira instância pelo juiz
Sergio Moro. O roteiro começará pela Bahia, com paradas em Salvador e no
Recôncavo Baiano, e terminará no Maranhão, em um giro que deve durar
cerca de 20 dias.
Lula escolheu a região onde tem seus mais altos índices de
popularidade e de intenção de votos para iniciar a divulgação de sua
pré-candidatura. A estratégia de defesa do ex-presidente passa pelo
fortalecimento de seu nome para a disputa presidencial de 2018. O
ex-governador e secretário estadual do PT, Jaques Wagner, afirmou que o
partido trabalha com a existência de dois cenários contra Lula: o da
tentativa de inviabilizar totalmente a candidatura do ex-presidente, com
uma eventual condenação em segunda instância.
E o de manter a campanha do petista sob judice, tornando a chapa do
ex-presidente mais frágil e com mais dificuldade para construir aliança
política. "O sonho de consumo [da oposição a Lula] é interditar
totalmente a candidatura dele, mas isso é muito difícil. Isso pode
tornar também o Lula um herói. Pode ser que seja mais viável manter a
candidatura sob judice (...)", afirmou Wagner.
Wagner disse que o PT não deve defender o voto nulo mesmo que Lula
seja interditado, apesar de o partido começar a encampar a bandeira de
que "eleição sem Lula é fraude". Ontem, o líder do PT no Senado,
Lindbergh Farias (RJ), disse que, se o ex-presidente não puder
concorrer, o partido deveria desistir de participar da eleição, em
boicote.
O ex-governador reiterou que o partido não tem plano B e que Lula é o
único nome do PT que tem capacidade de repactuar o País. "Temos até
outubro de 2018 para defender a candidatura de Lula", disse. "Só terá
plano B se estiver frustrado o plano A", afirmou. "E não tem nenhuma
construção interna no PT para isso."