Antonio Palocci afirmou, nas negociações para
firmar acordo de colaboração premiada, que seu sucessor na Fazenda,
Guido Mantega, realizou uma espécie de central de venda de informações
para o setor financeiro durante as gestões do PT. Segundo informações do
jornal Folha de S. Paulo, o relato de Palocci aponta o prédio do
ministério na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), como o local onde
Mantega operava – ele despachava no edifício às sextas-feiras. De acordo
com Palocci, Mantega repassava informações privilegiadas que eram de
interesse de bancos, em troca de apoio ao partido. Ele antecipava dados,
por exemplo, referente a política de juros e edição de medidas
provisórias. Tendo acesso de forma antecipada ou privilegiada, os
agentes do sistema financeiro podiam se preparar ou se proteger de
medidas que afetariam o setor. Por meio de seu advogado, Mantega
declarou que vê a acusação com “estranheza”.