terça-feira, 25 de julho de 2017

Oposição a Rui torce para que PSB fique fora da majoritária por esperança de herdar apoio


por Fernando Duarte
Oposição a Rui torce para que PSB fique fora da majoritária por esperança de herdar apoio
Foto: Mateus Pereira/ GOVBA
Há expressões populares que se encaixam em certas situações dos bastidores políticos. Uma delas, “jogar o barro na parede para ver se cola”, parece ser uma das estratégias que aproxima nomes fortes do DEM da Bahia do PSB da senadora Lídice da Mata. Desde a última semana, passaram a circular informações de que o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), estaria de malas prontas do DEM tendo como um dos prováveis destinos o PSB, por onde seria candidato em 2018. A situação – até então improvável – seria resultado de uma articulação envolvendo o deputado federal Bebeto Galvão (PSB) e o presidente da Câmara de Salvador, Léo Prates (DEM), que teriam proximidade desde a eleição de 2016, quando Bebeto recebeu apoio do DEM na candidatura a prefeito de Ilhéus e, em contrapartida, marchou com Prates na capital baiana. Zé Ronaldo é um quadro do antigo PFL, partido herdeiro político do Arena e do PDS, e, portanto, tradicionalmente ligado à direta. O PSB é uma sigla de inclinação à esquerda – não que essa dicotomia seja respeitada no Brasil. A legenda socialista, por mais próximo que esteja da direita (?) do PSDB via Márcio França como vice-governador de Geraldo Alckmin, está bem distante das plataformas historicamente defendidas pelo prefeito de Feira de Santana. A filiação dele criaria mais um Frankenstein político – o que não seria uma surpresa, apesar de pouco provável. Ideologicamente distantes, a informação de que Zé Ronaldo e o PSB se aproximam é uma tentativa de afastar a sigla socialista da base aliada do governador Rui Costa (PT), que, em 2018, define se mantém ou não Lídice como candidata a reeleição na chapa majoritária dele. Pelas notícias que têm circulado, a senadora está alheia a qualquer conversa com Zé Ronaldo. Ela controla o PSB na Bahia e mantém o alinhamento à esquerda no plano federal, onde goza de prestígio com os atuais dirigentes do partido, e também na Bahia, com a legenda integrando a base aliada de Rui. Não parece estar disposta a mudar a inclinação. Fora de uma disputa pela reeleição, todavia, estaria menos fortalecida para controlar o PSB baiano. Se Bebeto mantém mesmo a proximidade com o DEM, como pregam interessados em um racha no partido, Rui terá que escolher se mantém o PSB com ele em 2018 ou entrega a sigla numa bandeja para a oposição. Este trecho inclui o comentário para a RBN Digital desta terça-feira (25), veiculado diariamente às 7h e com reprise às 12h30.