A empreiteira OAS apresentou fatos ilícitos envolvendo ministros
do Tribunal de Contas da União (TCU) e conselheiros dos Tribunais de
Contas da maioria dos estados onde a empresa atuava. Executivos da
empreiteira relataram que membros de tais cortes atuaram a favor da OAS,
sejam em trâmites para dar celeridade a obra como também na liberação
de recursos. Fontes envolvidas na investigação informaram à Folha de
S.Paulo que os temas da delação já foram fechados com a
Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a força-tarefa em Curitiba. A
empresa promete delatar também personagens do Judiciário, por meio do
diretor jurídico da empreiteira, Bruno Brasil, e o sócio e ex-presidente
da empresa, Léo Pinheiro. Entre os personagens estão os ministros do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, atual
vice-presidente da corte, e Benedito Gonçalves. Ambos negam qualquer
irregularidade. A OAS já é investigada no Rio Grande do Norte, em razão
da construção da Arena das Dunas, em 2014, para a Copa de 2014. É
investigado se o ex-ministro e ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN) atuou junto ao TCU e ao TCE para liberar parcelas do
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
para o estádio. Além do acordo de delação, a empreiteira tenta um acordo
de leniência com a força-tarefa. Procuradores colocaram na mesa um
pedido de multa de R$ 500 milhões para a empresa. Os advogados do grupo
alegaram que a OAS não tem condições de arcar com o valor e por isso
estão tentando diminuir o valor.