O novo embate é sobre quorum de votação da denúncia contra Temer
Folha de S. Paulo - Bruno Boghossian e Angela Boldrini
O
governo Michel Temer trava um novo embate com o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), na tentativa de acelerar a votação da denúncia
contra o presidente.
Líderes
da base aliada de Temer querem que o caso seja votado em plenário na
sexta-feira (14) com um número relativamente baixo de parlamentares
presentes, para evitar que os opositores do presidente consigam atingir
os 342 votos necessários para que a denúncia contra o peemedebista seja
aprovada.
Maia,
entretanto, tem dito aos deputados que só abrirá a votação quando
houver pelo menos 342 deputados em plenário –quorum considerado
excessivamente alto pelo Palácio do Planalto.
Em
reunião na noite desta quarta (12), os líderes da base decidiram
negociar com Maia a possibilidade de abrir a votação com 257 deputados
em plenário (metade do total de parlamentares da casa). O presidente da
Câmara, entretanto, dava sinais de que não aceitaria esse número.
Os
líderes governistas acreditam que não será possível levar 342
parlamentares da base governista à Câmara numa sexta-feira, dia em que o
plenário fica tradicionalmente esvaziado.
Os
aliados de Temer precisam marcar presença em massa na casa porque a
oposição tende a não marcar presença no plenário até que o quorum mínimo
seja atingido, o que contribuiria para inviabilizar a abertura da
votação da denúncia.
Caso
a votação não ocorra nesta sexta (14), o governo acredita que será
impossível encerrar esse processo antes do início do recesso
parlamentar, na terça (18). Com isso, a discussão sobre a denúncia
contra Temer tenderia a ficar para agosto a–o que prolongaria o desgaste
do presidente diante da crise.