A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR),
declarou nesta sexta-feira (7) que nenhum parlamentar do partido está
autorizado a negociar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Em vídeo, Gleisi defende que Temer seja afastado, desde que haja uma
solução para a realização de eleições diretas. "Rodrigo Maia é tão ruim
quanto Michel Temer, é farinha do mesmo saco, daquele pessoal que deu o
golpe, tirou a presidente Dilma (Rousseff), e mais do que isso, daquele
pessoal que está patrocinando os retrocessos contra o povo brasileiro e a
classe trabalhadora. Nós não vamos aceitar dizer que isso é uma
transição. É 'Fora Maia' também", disse Gleisi. Caso a denúncia contra
Temer seja aceita pelos deputados, o presidente deve ser afastado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) por 180 dias até o julgamento do caso.
Nesse período, o presidente da Câmara assume interinamente o cargo. Se o
peemedebista for condenado, é prevista eleição indireta para um
mandato-tampão, na qual Maia é apontado como favorito. Gleisi destacou
que a "solução" para a crise "não pode ser o Rodrigo Maia", e sim a
aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para eleição
direta. "Nós não vamos aceitar, portanto não precisam nos chamar para
conversar. A oposição, o PT, não estará em uma mesa de conversa como
essa. Só tem um jeito de consertar o País, é tirar Temer e fazer eleição
direta", reforçou. Na quinta-feira (6) o presidente interino do PSDB,
Tasso Jereissati (CE), fez um aceno a Maia, dizendo que ele tem
condições de fazer uma "travessia" para 2018. Ele admitiu que está
conversando com todas as legendas sobre o assunto. "Eu acho que o ideal é
envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda", defendeu o
tucano. Nos bastidores, o senador petista Jorge Viana (AC) tem
participado de encontros com o PSDB e outros partidos da base aliada do
governo sobre como seria o cenário "pós-Temer". O objetivo, dizem
aliados, não é negociar um acordo, e sim monitorar quais os próximos
passos das legendas. Dizem ainda que ele atua "individualmente", e não
de maneira partidária.