terça-feira, 4 de julho de 2017

Defesa: prisão Geddel foi absolutamente desnecessária



Folha de S. Paulo - Camila Mattoso

A defesa de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) chamou a prisão de seu cliente de "absolutamente desnecessária" e disse que o peemedebista "deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial".
O advogado Gamil Föppel do ex-ministro disse que a Justiça errou ao aceitar o pedido feito pela Polícia Federal.
Geddel foi preso por volta das 16h desta segunda (03), na Bahia, acusado de atrapalhar as investigações.
"[A Justiça] Acabou por não considerar que, desde o momento em que Geddel Vieira Lima se viu injustamente enredado no bojo da "Operação Cui Bono", colocou-se à disposição das autoridades constituídas, para apresentar os documentos que lhe fossem solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal, assim como do seu passaporte", declarou a defesa.
Föppel alegou que seu cliente não foi até hoje chamado para prestar depoimento em meio à investigação conduzida pela Procuradoria do Distrito Federal -a Cui Bono-, o que para ele revela "uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos".
Geddel foi intimidado recententemente para dar explicações em meio a um inquérito que investiga o presidente Michel Temer e a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Ele ouviu 29 perguntas, mas se manteve calado.
"Sabedor da sua inocência e confiante na altivez do Poder Judiciário, Geddel Vieira Lima segue inabalável na reparação do cerceamento às suas liberdades fundamentais, registrando que, estando custodiado, deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial".
O advogado afirmou ainda que não houve nenhum relato por parte do delator Joesley Batista, um dos donos da JBS, sobre pagamento de propina a Geddel.
"Ademais, deixou de ser relatado que, mesmo no depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, Joesley Batista foi enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem indevida) ao Geddel Vieira Lima. Enfim, diante da ausência de relevantes informações, acabou-se por não apreciar os substanciais elementos que comprovavam a inadmissibilidade da prisão preventiva no caso concreto".
Geddel, por meio de sua defesa, chegou a oferecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) seus sigilos bancário e fiscal, além de seu passaporte.