sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Governo do Espírito Santo indicia mais de 700 policiais por crime de revolta


Governo do Espírito Santo indicia mais de 700 policiais por crime de revolta
Secretário de Segurança Pública, André Gracia | Foto: Reprodução / Folha Vitória
Sem sucesso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo do Estado decidiu mudar a estratégia. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta, um motim realizado por PMs armados, segundo informações do Estado de S. Paulo. Para os policiais envolvidos, a pena pode chegar a 20 anos de prisão. Já as suas mulheres, que lideram o movimento, serão responsabilizadas pelos custos com a mobilização das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. "Está iniciado o processo de responsabilização, tanto no aspecto militar quanto criminal", declarou o secretário estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia. A declaração foi dada em entrevista coletiva na companhia dos comandantes da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, da Polícia Civil, Guilherme Daré, e de outras autoridades. Para Rodrigues, "com certeza" o número de PMs indiciados "irá aumentar muito" ao longo do dia. O coronel explicou que a maioria dos envolvidos são policiais de início de carreira, já que a patente mais alta já identificada é de subtenente. O secretário pontuou que todo crime que envolve PM punido com mais de dois anos de prisão, ele é automaticamente expulso da corporação. "Quem for indiciado daqui para frente, ou for iniciado um processo administrativo, terá seu ponto cortado desde sábado. Do sábado para frente, a folha da Polícia Militar está bloqueada", declarou André Garcia, acrescentando que foi criada uma força-tarefa na Corregedoria para dar celeridade ao processo. Os PMs também não terão férias no momento. "Estão suspensas as férias porque estamos diante de um quadro configurado como crime, motim", acrescentou o secretário. Em sua fala, Garcia ainda comentou o interesse em "reconstruir" a PM. "É preciso que a gente reconstrua uma nova Polícia Militar. Vai ser pedra sobre pedra. Vamos reconstruir uma policia que não volte suas costas para a sociedade", destacou Garcia. Ele acusa os policiais de colocar a sociedade refém da criminalidade no Estado para forjar interesses "meramente corporativos". A greve no Espírito Santo teve início na última sexta (3) quando familiares e amigos dos PMs impediram a saída das viaturas para as ruas. Desde então, escolas e estabelecimentos comerciais mantêm as portas fechadas. Sem reajuste salarial há quatro anos, eles reivindicam aumento e melhores condições de trabalho (saiba mais aqui).