quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Delator afirma que era vantajoso para Funaro passar Cunha para trás


Delator afirma que era vantajoso para Funaro passar Cunha para trás
Foto: Reprodução
O empresário Alexandre Margotto, que teve delação premiada homologada na semana passada, revelou que era interessante para seu ex-sócio, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, “passar a perna” em Cunha na divisão da propina paga por empresários  que tinham foco nos recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). Segundo Margotto, Funaro acreditava que “o risco valia a pena”, por ele saber muita coisa da vida de Cunha. Já na delação do ex-vice-presidente da Caixa e ex-conselheiro do FI-FGTS, Fábio Cleto, homologada no ano passado, foi informado que 80% da propina ficava com Cunha e 20% restantes eram divididos entre Funaro (12%), Margotto (4%), e Cleto (4%). “Oitenta a 20 é bem desproporcional. É quatro para um. Então, qualquer coisa de 100% que fique a mais para Funaro, ele vislumbrou que o risco valia a pena”, disse o empresário. “Se você fala de 1% numa operação de R$ 1 bilhão, são R$ 10 milhões e ele teria que repasar R$ 8 milhões (para Cunha). Então ficar com R$ 10 milhões é de grande relevância”, destaca. Na delação de Cleto, já tinha mencionado uma situação em que Funaro passou Cunha para trás no repasse de propina. Questionado se o deputado cassado nunca desconfiou ou descobriu que era enganado, Margotto respondeu: “Se descobriu, não tenho como dizer. Mas ele consentiu, porque, na verdade, ele falava para Fábio que (Funaro) era maluco: ‘deixa maluco, deixa maluco’. E na verdade Lúcio Funaro sabe muito de Cunha. Então não é de boa praxe a briga entre os dois. Me parece que eles são bem alinhados”, disse