Em seu primeiro ato público do ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) afirmou que se necessário vai ser candidato a presidente
da República. A declaração foi dada durante o 29º Encontro Estadual do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Salvador, na
Bahia.
”Se preparem, porque, se necessário, eu serei candidato à
Presidência. Se eu for candidato, é para a gente ganhar as eleições
desse país”, disse Lula, a uma plateia que usava bonés vermelhos com a
inscrição ”Estamos com Lula”.
Mais cedo, no mesmo evento, o presidente nacional do PT, Rui Falcão,
afirmou que o partido ainda não tomou a decisão sobre uma eventual
candidatura do ex-presidente, mas que ele é ”aspiração nacional”.
Gritos de apoio – Durante o discurso, Lula era
interrompido pelo público com o grito ”Brasil pra frente, Lula
presidente”. O ex-presidente da República disse ainda que durante este
ano vai andar pelo País para recuperar a imagem do PT e sua própria
imagem. Ele voltou a afirmar que a legenda está sendo criminalizada pela
mídia e pela Justiça.
Lula defendeu que todos que queiram ser candidatos tenham esse
direito. ”Se o Temer quer ser, ótimo, se o Serra quer ser, ótimo, se o
Moro quer ser, ótimo, se os delegados querem ser, todo mudo que quer ser
candidato tem direito, entre num partido e vá para as ruas”, afirmou.
Defesa do crescimento – O ex-presidente fez um
discurso defendendo que o País volte a crescer através de investimentos
do governo. ”O único jeito desse país voltar a crescer é o Estado
investir, pode mexer no compulsório, pode aumentar a dívida. A melhor
forma de diminui a dívida com proporção do PIB, é fazer o PIB crescer”,
afirmou.
Lula destacou que o Brasil precisa fazer a reforma agrária e voltar a
usar os bancos públicos para financiar a agricultura familiar, os
pequenos empresários e os consumidores.
Nesta quinta-feira, Lula vai a Brasília para participar do Congresso
Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).