sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Condenado por estupro vira deputado federal



Condenado a doze anos de prisão por estupro de vulnerável, coação e exploração sexual de adolescentes, irmão mais velho de Anthony Garotinho,  Nelson Nahim (PSD-RJ), assume vaga de Índio da Costa, que se licenciou do cargo para comandar a Secretaria de Urbanismo e Habitação do Rio
Veja – Eduardo Gonçalves
Condenado a doze anos de prisão por estupro de vulnerável, coação e exploração sexual de adolescentes, o suplente de deputado Nelson Nahim (PSD-RJ) tomou posse na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. Ele é o irmão mais velho do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), de quem é rival político.
Nahim, que já foi deputado e presidente da Câmara Municipal de Campos de Goytacazes (RJ), assume a vaga no lugar do deputado Indio da Costa (PSD-RJ), que se licenciou do cargo para comandar a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação na gestão Marcelo Crivella (PRB).
Nahim chegou a ficar preso de junho a outubro do ano passado no âmbito do processo que ficou conhecido como “Meninas de Guarus”, conduzido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Ele foi solto graças a um habeas corpus concedido pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em 18 de outubro de 2016, que o autorizou a recorrer em liberdade. Além de Nahim, outras catorze pessoas foram condenadas, entre empresários e políticos locais, pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 3ª Vara Criminal de Campos. Antes dela, dezessete magistrados se declararam suspeitos para julgar o caso.
Segundo as investigações da promotoria, crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos, eram mantidas numa casa de prostituição em Guarus, distrito de Campos. As portas e janelas do local permaneciam fechados e as menores de idade eram forçadas a ingerir drogas, como cocaína, crack e ecstasy, para terem relações sexuais com os réus.
Nahim sempre negou as acusações, dizendo que não manteve relacionamento com nenhuma vítima. A reportagem do site de VEJA ligou para seu gabinete, mas ninguém atendeu. O seu advogado também não foi localizado.
Em 2010, o agora deputado, que era presidente da Câmara, chegou a assumir interinamente a prefeitura de Campos no lugar da mulher de Garotinho, Rosinha Garotinho, que na época foi afastada com o seu vice, Francisco Arthur de Souza Oliveira, por determinação da Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.
Na ocasião em que seu irmão foi preso, em junho de 2016, Garotinho publicou uma nota em seu site, dizendo que a política havia afastado os dois e que eles não se falavam há mais de seis anos.