Adriana Ancelmo deixou para trás as joias caras e roupas de marca que
marcaram sua vida como primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro. No
presídio Joaquim Ferreira, ela foi obrigada a adotar o uniforme padrão
das detentas da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), um
conjunto verde muito parecido ao usado pelo marido, o ex-governador
Sérgio Cabral.
Nas imagens, Adriana aparece de cara lavada, com os cabelos presos
para trás. A advogada também está usando brincos pequenos e uma pulseira
modesta no braço esquerdo.
Ex-primeira-dama se apresentou à Justiça Federal
Acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização
criminosa pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio, Adriana teve a prisão
decretada pela Justiça Federal e se apresentou por volta das 17h desta
terça-feira ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Isso aconteceu 19 dias após a o marido Sérgio Cabral, apontado como
chefe do grupo que desviou ao menos R$ 224 milhões em obras com diversas
empreiteiras – como a reforma do Maracanã e do Arco Metropoliltano – em
troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais.
O esquema com empreiteiras bancou uma vida de luxo para
Cabral, Adriana e outros envolvidos. O dinheiro de propina pagou viagens
internacionais, idas a restaurantes sofisticados, uso de lanchas e
helicópteros e compras de joias.
Uma das joias foi um anel avaliado em 800 mil reais que
Adriana recebeu de presente durante uma viagem a Mônaco. O anel foi pago
pelo empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta.
Cabral teria se utilizado também de um sistema de
contabilidade paralelo da joalheria Antonio Bernardo.Segundo uma
gerente, o ex-governador comprou mais de 5 milhões de reais em joias por
esse sistema. Na joalheira H.Stern, Cabral teria comprado joias no
valor de 2 milhões de reais. As compras eram feitas em dinheiro vivo,
sem a emissão de notas fiscais.