O Globo
Investigadores
da Operação Calicute, desdobramento da Lava-Jato, descobriram que o
esquema de corrupção em obras públicas no estado, do qual o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral é acusado de ser o líder, também
usava imóveis e terrenos para lavar o dinheiro de propina. A revelação
foi feita pelo programa “Fantástico”, da TV Globo.
Um
prédio comercial de dez andares em Volta Redonda, no Sul Fluminense,
pertence à Sulcon Construções, empresa da qual o ex-secretário de Obras
Hudson Braga é sócio. Acusado de cobrar propina de 1% na reforma do
Maracanã, nas obras do Arco Rodoviário Metropolitano e nas intervenções
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas, ele está
preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. O GLOBO já
havia revelado que Braga era dono do prédio.
A
empresa responsável pelo empreendimento pertencia, até o ano passado, a
Luiz Paulo Reis, também preso na Calicute. A reportagem do “Fantástico”
teve acesso ao registro da obra no cartório, e o documento informa que o
custo global da obra está avaliado em R$16,4 milhões. Os advogados de
Luiz Paulo Reis informaram que a venda de salas e lojas do imóvel já
havia arrecadado R$ 6,5 milhões o que, segundo eles, seria suficiente
para construir o empreendimento. De acordo com o entendimento do
Ministério Público Federal (MPF), a sociedade de Hudson Braga e Luiz
Paulo Reis possibilitou a “dissimulação da origem de valores
provenientes das infrações penais praticadas por Hudson Braga”.