segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

No esquema de Cabral, coleção também de imóveis


O Globo

Investigadores da Operação Calicute, desdobramento da Lava-Jato, descobriram que o esquema de corrupção em obras públicas no estado, do qual o ex-governador do Rio Sérgio Cabral é acusado de ser o líder, também usava imóveis e terrenos para lavar o dinheiro de propina. A revelação foi feita pelo programa “Fantástico”, da TV Globo.
Um prédio comercial de dez andares em Volta Redonda, no Sul Fluminense, pertence à Sulcon Construções, empresa da qual o ex-secretário de Obras Hudson Braga é sócio. Acusado de cobrar propina de 1% na reforma do Maracanã, nas obras do Arco Rodoviário Metropolitano e nas intervenções do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas, ele está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. O GLOBO já havia revelado que Braga era dono do prédio.
A empresa responsável pelo empreendimento pertencia, até o ano passado, a Luiz Paulo Reis, também preso na Calicute. A reportagem do “Fantástico” teve acesso ao registro da obra no cartório, e o documento informa que o custo global da obra está avaliado em R$16,4 milhões. Os advogados de Luiz Paulo Reis informaram que a venda de salas e lojas do imóvel já havia arrecadado R$ 6,5 milhões o que, segundo eles, seria suficiente para construir o empreendimento. De acordo com o entendimento do Ministério Público Federal (MPF), a sociedade de Hudson Braga e Luiz Paulo Reis possibilitou a “dissimulação da origem de valores provenientes das infrações penais praticadas por Hudson Braga”.