Funcionários
da prefeitura de Casa Nova, na região norte da Bahia, reclamam de
salários atrasados há dois meses e do não pagamento do décimo terceiro
salário. O sindicato que representa os 1.500 trabalhadores que atuam na
área da Educação entrou com ação no Ministério Público, que pede o
bloqueio de verbas da prefeitura para que a situação seja resolvida.
"Diante de
todos esses problemas, decidimos entrar com um pedido de bloqueio das
verbas, uma vez que não temos percebido a responsabilidade do gestor
atual com os recursos públicos", disse a diretora do sindicato dos
trabalhadores em educação, Maria do Carmo Braga. Os professores afirmam
que a primeira parcela do 13º salário deveria ter sido paga até o final
de novembro.
O atual
prefeito Wilson Cota não foi localizado na prefeitura da cidade. Ele
falou sobre a situação da casa onde mora na cidade de Petrolina, em
Pernambuco, para onde se mudou após ser derrotado nas eleições de
outubro. A casa onde ele está fica a 65 quilômetros de Casa Nova.
Funcionários do setor de Saúde, Urbanismo e Transporte, além de pipeiros
e caçambeiros, que fazem entrega de água em comunidades da zona rural
do município, também dizem que estão com salários atrasados. "Fizemos um
acordo no dia 21 de novembro e três parcelas foram pagas, mas não houve
pagamento do restante", disse um homem que trabalha como pipeiro.
"Nós não
devemos nada de folha. O que está atrasado há dois meses é de professor e
merendeiro contratados. Nós pagamos hoje. O décimo terceiro vence hoje,
só que não tinha dinheiro para pagar", destacou. Até a noite desta
terça-feira, no entanto, os salários dos servidores ainda não havia sido
pagos. Sobre o descumprimento do acordo com os pipeiros, o prefeito
disse que não tem verba e nem previsão para o pagamento.
Com informações da TV São Francisco
PREFEITO DESAPARECE E DEIXA DEZEMBRO E 13º SEM PAGAR
O atual
prefeito de Casa Nova (BA), Wilson Cota (PMDB), não aparece na
prefeitura desde que perdeu as eleições. Sem pagar o salário de
novembro, dezembro e 13º dos contratados, sem pagar dezembro dos
efetivos e com fornecedores reclamando a situação da prefeitura, Wilson
Cota deixa a prefeitura em estado de calamidade.
O prefeito
eleito, Wilker Torres (PSB), na solenidade de diplomação, ocorrida nesta
sexta-feira comentou a situação: “Não tivemos acesso às informações da
administração e o que sabemos, por conversa dos servidores, é que não
foram pagos os salários dos contratados e efetivos. Não temos ainda
respaldo legal para pedir bloqueio das contas, mas a APLB e os
sindicatos dos servidores devem pedir estes bloqueios para garantir o
recebimento dos salários em dezembro”.
“Não temos
idéia do que vamos encontrar. Se confirmado tudo o que ouvimos
assumiremos a prefeitura com um débito, só de salários, em torno de 10
milhões em janeiro. Uma situação extremamente difícil”. Para Torres, a
saída é “austeridade” e a busca por mais recursos: “teremos de cortar
despesas e buscar novas fontes de recursos. Não há outra saída
possível”.
A APLB já
decidiu em Assembléia pedir o bloqueio das contas e segundo a
Coordenadora Regional, Maria do Carmo, o advogado da entidade foi
acionado e entrou nesta sexta (16/12) com o pedido na Justiça.