Nascido
em Rio Branco (AC), Jorge Ney Viana Macedo Neves é engenheiro florestal
pela Universidade de Brasília (UnB). Recém-formado, ajudou a criar a
Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), instituição responsável pelo
desenvolvimento de tecnologias de uso de produtos florestais e apoio a
projetos sociais e econômicos para populações tradicionais.
Nesta
época, ajudou o líder seringueiro Chico Mendes a sistematizar a idéia
de reserva extrativista, com a introdução da prática do manejo florestal
sustentável. Depois, em 1986, contribuiu para a última campanha
eleitoral de Mendes.
No
final da década de 1980, com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, junto com Marina Silva, Binho Marques, Tião Viana e outras
lideranças, Jorge Viana organizou no Partido dos Trabalhadores (PT) uma
nova estratégia de luta partidária que mudou a história política do
Acre. Jorge Viana estreou como candidato em 1990, disputando o cargo de
governador do Acre pelo PT. Foi a primeira vez que um candidato do
partido disputou o segundo turno de uma eleição majoritária no País.
Em
1991, por indicação de Lula, participou do primeiro curso de
planejamento estratégico situacional, organizado pelo Instituto
Latino-Americano de Desenvolvimento Econômico e Social (Ildes), que
representava a Fundação alemã Friedrich Ebert, atual FES-Brasil, uma das
mais conceituadas organizações na área de planejamento estratégico. O
curso foi ministrado por Carlos Matus, ex-ministro de Economia do
Governo Allende, no Chile.
No
mesmo ano, ainda com apoio de Lula e a convite de Carlos Matus, Viana
fez curso de alta direção e planejamento estratégico e, a partir de
então, participou de vários cursos de planejamento, uma ferramenta de
gestão que utilizou ao longo de sua vida administrativa e política.
Dois
anos depois, em 1992, tornou-se prefeito de Rio Branco. Sua
administração recebeu prêmios de gestão pública da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) e da Fundação Ford. No final de sua administração, obteve
75% de ótimo e bom, de acordo com o IBOPE, e obteve uma das melhores
avaliações entre prefeitos de capitais.
Em
1998 foi escolhido, ainda no primeiro turno, governador do Acre. Com o
apoio do então presidente Lula, coordenou a implantação de um programa
de desenvolvimento baseado nos ideais de Chico Mendes, ou seja, com
utilização racional e sustentável da floresta, visando uma economia
verde, de baixo carbono e alta inclusão social. Era o Governo da
Floresta, onde nasceu o conceito de Florestania, a cidadania dos povos
da floresta.
A
população acreana renovou, em 2002, o mandato de Viana até 2006, com o
maior percentual de votos do Brasil. A gestão de oito anos se destacou
pela reestruturação do Estado e moralização das instituições públicas.
Na sua gestão, conseguiu combater e vencer o crime organizado, juntando a
força do Estado com o Ministério da Justiça, Justiça Federal,
Ministério Público Federal, Polícia Federal, Justiça Estadual,
Ministério Público Estadual, além de contar com a imprescindível
solidariedade da sociedade e da imprensa.
Sua
administração iniciou a consolidação da infraestrutura do estado,
interligando os municípios acreanos. Teve atuação decisiva na integração
do Brasil com Bolívia e Peru, resultando na construção da ligação
rodoviária do Brasil até o Pacífico, na costa peruana. Fez ampla reforma
no sistema de ensino. A educação pública do Acre saiu das últimas
colocações nas avaliações do Ministério da Educação para ficar entre as
primeiras do país. Para isso, ofereceu ensino superior para todos os
professores, elevou os salários da categoria para um dos melhores do
Brasil e levou educação básica aos lugares mais isolados do Acre.
Sua
administração foi uma das mais bem avaliadas do país. Ainda em 1999,
recebeu o prêmio de Líder para o Novo Milênio da Revista Times e TV CNN,
por sua destacada atuação na área de meio ambiente. Pelo mesmo motivo, a
organização World Wildlife Fund (WWF) concedeu-lhe o prêmio Gift to the
Earth, em 2003.
Jorge
Viana é membro da Ordem do Rio Branco, do Itamaraty, com o Grau de
Grã-Cruz. Foi também distinguido com a mais alta condecoração da Bolívia
e Peru. Recebeu ainda as mais elevadas distinções das Forças Armadas do
Brasil: a Ordem do Mérito Militar do Exército, a Ordem do Mérito Naval
da Marinha e a Ordem do Mérito da Aeronáutica. Recebeu da Justiça
acreana a Medalha do Mérito Judiciário, entre outras homenagens, e
condecorações que merecem igual respeito e consideração.
Entre
2007 e 2010, foi presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do
Acre. Também atuou na iniciativa privada participando de conselhos de
empresas, sempre na área de gestão estratégica e meio-ambiente, e
presidiu o Conselho de Administração da Helibrás.
Em
2010, foi eleito senador da República pelo PT para o mandato 2011-2018.
Em seu segundo ano de mandato, destacou-se na relatoria do Código
Florestal e na defesa das questões ambientais e na presidência da
Comissão Especial de Defesa Civil, que elaborou um anteprojeto para a
prevenção e o enfrentamento de desastres naturais. Atualmente, integra a
comissão que revisa o Código Penal e, a partir de fevereiro de 2013,
ocupa a vice-presidência do Senado.
Via PT no Senado