O reservatório de água do Nordeste, o de Sobradinho,
na Bahia, iniciou um processo de recuperação do seu volume útil desde a
semana passada. Está chegando mais água do que a quantia liberada pelo
lago atualmente, com a vazão em 900 metros cúbicos por segundo. No
último domingo, chegaram 1,1 mil metros cúbicos por segundo. Isso fez o
reservatório alcançar 1,4% do seu volume útil, aquele acima do volume
morto. Nesse último, não é possível captar água para geração de energia.
“Nos próximos 15 dias, Sobradinho não
chega ao volume morto. Esse aumento na quantidade de água foi devido a
uma chuva inesperada que ocorreu no Sul da Bahia e Norte de Minas
Gerais”, diz o diretor de Operação da Chesf, José Ailton de Lima.
No início de novembro, a previsão era de
que Sobradinho chegasse ao volume morto na primeira semana de dezembro,
o que estava preocupando muito os produtores do Vale do São Francisco,
que dependem da água do reservatório para produzir. No dia 30 de
outubro, o lago chegou a 4,55% do seu volume útil. Depois, passou a
diminuir a cada dia até a semana passada, quando chegou a 1,1%.
Para continuar poupando a água do lago, a
Chesf pediu uma redução da vazão de Sobradinho, saindo dos 900 metros
cúbicos por segundo para 800 metros cúbicos por segundo a partir de 20
de dezembro. A decisão deve ser analisada numa reunião com
representantes do governo federal e dos usuários do São Francisco no dia
15 de dezembro. Há alguns grupos contra porque isso diminuirá, ainda
mais, o volume de água para irrigantes, pescadores que vivem abaixo de
Sobradinho.
“Se for aprovada, essa redução da vazão
vai provocar uma redução de 300 megawatts (MW) médios na produção de
energia na cascata do São Francisco”, diz Ailton. Na cascata, são
fabricados 2,7 mil MW médios. A escassez de água faz a usina de
Sobradinho gerar 180 MW médios, embora tenha a capacidade produzir 1050
MW. Segundo ele, não há risco de racionamento, porque novos parques
eólicos se implantaram na região e há mais linhas de transmissão para
trazer mais energia.