sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Assessor de Temer recebeu dinheiro vivo da Odebrecht, delata ex-dirigente da empreiteira


Assessor de Temer recebeu dinheiro vivo da Odebrecht, delata ex-dirigente da empreiteira


O advogado José Yunes, um dos conselheiros mais próximos do presidente Michel Temer e atualmente seu assessor especial, recebeu dinheiro em espécie da Odebrecht na campanha eleitoral de 2014. O dinheiro faria parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado com ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, durante uma reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, apenas dois meses após o início da Lava Jato. A informação consta da delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, Cláudio Melo Filho. De acordo com informações do site Buzzfeed e do jornal O Globo, o ex-dirigente da Odebrecht disse, ainda, que, dos R$ 10 milhões supostamente negociados com Temer, R$ 6 milhões teriam como destino a campanha de Paulo Skaf, presidente da Fiesp e candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014. Os R$ 4 milhões restantes teriam sido destinados ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, responsável pela distribuição do dinheiro entre outras campanhas do partido. Segundo o secretário de Comunicação da Presidência, Márcio Freitas, emissários da Odebrecht ou de qualquer outra empresa jamais entregaram dinheiro vivo no escritório de Yunes. Ele afirmou que os recursos pedidos por Temer foram declarados á Justiça Eleitoral. Yunes também aparece nas perguntas endereçadas pelo ex-deputado Eduardo Cunha a Temer, no processo em que é acusado de receber propina para intermediar a venda de um campo seco de petróleo no Benin para a Petrobras. “O sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB, de forma oficial ou não declarada ?", pergunta Cunha. A pergunta, no entanto, foi vedada pelo juiz Sérgio Moro, que vetou também outras 20 questões.