segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Temer ouviu de Calero sobre ato ilícito de Geddel e nada fez




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O ex-ministro da Cultura afirmou que não deseja a ninguém “estar diante de uma pressão política, claramente um caso de corrupção”
O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, reforçou as críticas ao ministro Geddel Vieira Lima e disse que ele tentou forçá-lo a praticar um ato de corrupção. Mais grave ainda, ele afirmou que relatou as pressões ao presidente Michel Temer, que não tomou nenhuma atitude. Calero afirmou que não deseja a ninguém “estar diante de uma pressão política, claramente um caso de corrupção” como ele afirma ter estado.
“Não me considero herói nem a pessoa mais honesta do mundo, não tenho história de superação para contar, sempre tive uma vida confortável, mas na conta, trabalhando para isso. Meu pai e minha mãe trabalharam muito, eu estudava e trabalhava e fui criado num ambiente onde os valores de retidão e honestidade sempre foram fundamentais. Não tenho iate, casa na praia nem joia cara, mas tenho reputação e nome. Perco o cargo, mas não perco a cabeça. Esse mundo (do poder em Brasília) é muito diferente, é rotina estar num nível de milhões, a gente vai até perdendo a noção de normalidade das coisas. Eu cheguei a contar para amigos o que estava acontecendo e perguntar: ‘Isso é errado mesmo, como estou pensando, ou eu estou louco?’”, contou Calero.
O ex-ministro disse ainda ter feito um relato preciso a Temer das pressões que sofria. Ele disse ter narrado a história a Temer no último dia 17. “Ele falou: ‘Mas o presidente sou eu, não o Geddel’. Só que eu percebi que a pressão ia continuar, então preferi sair. Já inventaram várias versões, culparam até a Vaquejada (pela saída do Ministério), mas saio de cabeça erguida porque sei exatamente o que aconteceu”, afirmou.
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