sábado, 19 de novembro de 2016

MPF recorre e pede prisão da mulher de Cabral



O Globo - Juliana Castro

A força-tarefa da Lava-Jato recorreu ao Tribunal Federal da 2ª Região (TRF-2) para pedir a prisão temporária da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Antes da deflagração da Operação Calicute, os procuradores já haviam solicitado a medida ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, que negou o pedido. Com isso, ela foi levada coercitivamente para para a Superintendência da Polícia Federal na quinta-feira e liberada após prestar depoimento.
O pedido de prisão temporária de Adriana será analisado pelo desembargador Abel Gomes, da 1ª Turma especializada do TRF-2. Ele aguarda manifestação da defesa da ex-primeira-dama. Depois que isso acontecer, a segunda instância do MPF vai se manifestar. Em seguida, o desembargador vai levar a análise do pedido de prisão para a turma, que é composta por Abel e outros dois desembargadores.
Dos dez maiores contratos do escritório Ancelmo Advogados, da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, nos últimos oito anos (2008-2015), sete foram celebrados com empresas que receberam no mesmo período benefícios fiscais do governo fluminense. Dados obtidos pelo GLOBO, que teve acesso a todos os contratos assinados pelo escritório neste tempo, demonstram que R$ 27,33 milhões derivam dos sete contratos com empresas contempladas, que, juntas, receberam quase R$ 4 bi em isenções.