segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Lava Jato na porta de Lula



        

        Gabriel Garcia, direto de Brasília 
A Operação Lava Jato voltou a rondar a porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A prisão do ex-ministro Antonio Palocci (PT), durante a 35ª fase da Lava Jato, deflagrada ontem (26) pela Polícia Federal (PF), pressiona o ex-presidente. Procuradores da força-tarefa da operação, em Curitiba, destacam que vários ministros de Lula já foram para a cadeia: José Dirceu, Guido Mantega e Paulo Bernardo. Preocupado, o PT acredita que nova ação poderá levar o chefe máximo do partido para a prisão.
A Polícia Federal acreditava que uma operação contra o ex-presidente só seria deflagrada no primeiro semestre do próximo ano. Com a prisão de Palocci, diz-se, nos bastidores da organização, que Lula deve ser preso ainda em 2016. Por ora, um instante de calmaria. O alívio decorre do Código Eleitoral: a lei prevê uma “pausa” em prisões, que só podem ser efetuadas até cinco dias antes da eleição e somente 48 horas após o fim do pleito. Mas petistas estrelados estão receosos com o destino de Lula.
Por outro lado, o PT reclama da demora da operação em atingir graduados peemedebistas. A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não levou um único integrante do partido para o centro do furacão. No Congresso, os petistas acusam a Lava Jato de ser seletiva, perseguindo membros do partido.
Todos os ministros presos tiveram importante participação no governo Lula, o que o coloca em situação delicada. A verdade é incontestável: a Lava Jato chega cada vez mais à porta do duplex no Guarujá, aquele reformado por empreiteira enrolada justamente no esquema de corrupção que roubou a Petrobras.
PT domina Dataprev - Acuados após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff, os petistas não querem perder boquinhas no governo Michel Temer. Chegou à mesa do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) a indicação de Paulo de Tarso Campolina para a presidência da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV), um nome defendido nos bastidores pelo ex-ministro Carlos Gabas, que atuou no governo Rousseff. Os aliados de Michel Temer ficaram revoltados com a indicação, que precisa ser aprovada por Meirelles.